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20/08/2008 - 02h22

Campeã olímpica reclama das brasileiras: "isso é natação, não boxe"

Bruno Doro
Em Pequim (China)
A russa Larisa Ilchenko foi campeã da maratona aquática com um sprint no final que surpreendeu as duas britânicas, Cassandra Patten e Karri-Anne Payne, líderes desde o início, para trás. Após vencer, porém, a russa reclamou bastante das brasileiras Ana Marcela Cunha, que terminou em quinto lugar, e Poliana Okimoto, sétima colocada.

Durante a disputa com as brasileiras, Ilchenko chegou a receber um cartão amarelo, por ter segurado uma das brasileiras. A campeã, porém, disse que a culpa foi das sul-americanas. "Nem percebi que recebi um cartão amarelo. Mas quando tentei escapar, as duas brasileiras foram muito agressivas, de uma maneira anti-desportiva. Isso é natação, não boxe".

Ana Marcela, de 16 anos, não comentou a agressão, mas admitiu que a estratégia era ficar colada na russa, bicampeã mundial. "Estávamos tentando ficar sempre próximas dela", afirmou a baiana. "Sabíamos que ela poderia fazer isso (escapar). Nos últimos três anos, ganhou todas as provas de 10 km que disputou desse mesmo jeito, escapando no final", completou Poliana.

A agressividade não foi exclusividade das brasileiras. Bronze, Cassandra Patten deixou a prova com a perna sangrando. "Eu normalmente não entro nessas brigas, mas a adrenalina estava lá em cima. Senti alguns puxões", explicou a britânica.

"Tinha muita gente toda vez que contornamos as bóias. Muita gente ficou puxando e empurrando para conseguir a melhor posição. Mas tenho de admitir. Eu não fui nem um anjo hoje", admitiu a alemã Angela Maurer, que terminou em quarto lugar, logo à frente das brasileiras.

Algas na raia

A organização dos Jogos Olímpicos de Pequim improvisou a prova de maratona aquática na raia de remo construída no Parque de Shunyi, que ainda tem as corredeiras artificiais para as provas de canoagem slalon. O percurso não chegou a desagradar às atletas, mas alguns problemas atrapalharam durante os 10 km.


"O percurso foi um dos melhores em que já nadei. A água estava lisa e tudo foi rápido. O problema foram as algas. Algumas prenderam no meu maiô e outras, até no meu rosto", reclamou a medalhista de prata, Keri-Anne Payne.

Poliana Okimoto também aprovou o circuito improvisado, mas disse que o calor da água prejudicou o desempenho. "Foi ótimo para a gente (as atletas do Brasil). Os brasileiros estão acostumados com a água mais quente. O ano todo nadamos em temperaturas assim no Brasil. Acho que acabou ajudando, mas foi um desgaste a mais", confirmou a nadadora.

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