O fato de o Brasil nunca ter conquistado uma medalha olímpica na ginástica artística pode ter pesado nas finais dos aparelhos deste domingo nos Jogos de Pequim. A opinião é de Eliane Martins, supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
O país teve três chances para acabar com o jejum, com Diego Hypólito e Daiane dos Santos no solo e Jade Barbosa no salto. E nas três os atletas brasileiros cometeram erros cruciais para a definição do resultado.
"Foram falhas que aconteceram na hora. A gente precisa entender que isto acontece. Falta de treinamento não é. O que pesa é a responsabilidade de ganhar uma medalha. Na hora isso pesa", disse Eliane Martins.
A expectativa da CBG era sair de Pequim com ao menos uma medalha. E a principal aposta era Diego Hypólito, bicampeão mundial no solo. O ginasta realizava uma apresentação impecável até cair após a sua última acrobacia.
O erro deixou o ginasta transtornado. Diego demorou alguns segundos para se levantar e encerrar a apresentação. Depois, passou o resto da prova atônito. "Não sei o que aconteceu", disse, chorando.
Diego terminou a Olimpíada com o sexto lugar, a mesma posição obtida por Daiane. A gaúcha, em sua apresentação, repetiu os erros de Atenas, pisando fora do tablado em duas competições.
"A ginástica é um esporte muito doloroso", disse Eliane, que acompanhou de perto o tropeço de Daiane em Atenas, quatro anos atrás, quando a ginasta gaúcha era favorita ao ouro.
A outra brasileira que perdeu a oportunidade de medalha neste domingo foi Jade Barbosa. Ela ficou em sétimo lugar no salto, depois de ter conseguido o oitavo lugar por equipes e o décimo no individual geral.