Durou pouco mais de um minuto, mas o Brasil pode se orgulhar de já ter tido um novo recorde olímpico na natação. Os 21s47 conseguidos por César Cielo nas eliminatórias dos 50 m livre deixaram o país, pela terceira vez, como o mais rápido de uma prova na história dos Jogos Olímpicos.

Cielo conseguiu a marca na 11ª bateria eliminatória dos 50 m livre. O brasileiro havia acabado de deixar a piscina do Cubo D'Água quando o francês Amaury Leveux fez 21s46 na bateria seguinte, tomando o recorde das mãos de Cielo.

"Os 50 metros são assim mesmo. Um centésimo faz a felicidade e a desgraça de muita gente", disse Cielo, que pela manhã (noite de quarta no Brasil) conquistou a medalha de bronze na prova dos 100 m livre.

O Brasil já havia conseguido dois recordes anteriormente. O primeiro saiu com Djan Madruga na fase classificatória dos 400 m livre dos Jogos de Montréal-1976 e o segundo com Mônica Rezende, no início da disputa dos 50 m livre nos Jogos de Seul-1988. E a duração da marca foi tão efêmera quanto a de Cielo.

Madruga fez o tempo de 3min59s62 na segunda bateria eliminatória. Na bateria seguinte, o soviético Vladimir Raskatov derrubou o recorde, com 3min57s56. Na sexta bateria, o norte-americano Tim Shaw fez um novo recorde, com 3min56s40, mas o também norte-americano Brian Goodell foi mais rápido ainda na sétima bateria, com 3min55s24.

No mesmo dia, na final da prova, Goodell nadou a distância em 3min51s93 para conquistar a medalha de ouro, o recorde olímpico e o mundial. Shaw terminou a prova em segundo e Raskatov foi o terceiro. Djan Madruga deixou a Olimpíada com um honroso quarto lugar. Já Rezende, na terceira bateria das eliminatórias na capital coreana, marcou 27s44, então válido como recorde. No final, porém, acabou superada e terminou com o 31ª lugar.

Questionado se o tempo que estava esperando para os 50 m livre era o 21s47 obtido nesta quinta-feira, Cielo sorriu. "Não, é mais baixo", disse o atleta, que disputará as semifinais dos 50 m na noite desta quinta (horário de Brasília).

A medalha obtida por Cielo foi a décima da modalidade nos Jogos Olímpicos. Até agora, o país tem três de prata e sete de bronze. Com o desempenho mostrado até agora em Pequim, Cielo é forte candidato a dar ao país o primeiro ouro na modalidade.

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