O resultado tardou a chegar, mas Edinanci Silva finalmente poderá disputar a medalha de bronze em uma Olimpíada. Depois de perder a final da repescagem por três vezes consecutivas (Atlanta-96, Sydney-2000 e Atenas-2004), a paraibana passou pela fase desta vez e terá a oportunidade de realizar a disputa final pelo terceiro lugar em Pequim.

Sua adversária foi a pouco conhecida Lkhamdegd Purevjargal, da Mongólia, que teve como resultado mais expressivo o bronze no campeonato asiático deste ano.

Mesmo assim, a luta não começou bem para Edinanci. A brasileira teve dificuldades com a pegada da rival e não se sentiu à vontade para arriscar a entrada de golpes. Após as duas receberem punição por falta de combatividade, a brasileira abriu o jogo e conquistou o yuko. Logo na seqüência, ela aplicou técnica de sacrifício e conquistou o waza-ari.

Bem atrás no marcador, a judoca asiática foi para o ataque e acuou a brasileira, que recebeu sua segundo punição. Atenta às investidas de Lkhamdegd, Edinanci jogou a adversária por yuko e a imobilizou por 15 segundos. Em seguida, veio o ippon com linda projeção da paraibana.

Mesmo com a derrota na estréia para a espanhola Esther San Miguel, Edinanci mostrou que estava em um bom dia. Com total domínio da luta, ela deixou a vitória escapar após um momento de desconcentração em que levou o yuko a um minuto do fim. Sem tempo para reagir, ela precisou se contentar em ir para a repescagem.

Sua primeira adversária na corrida pelo bronze não foi fácil. Atual número um do ranking mundial, a russa Vera Moskalyuk ameaçou algumas quedas diante da paraibana, mas ainda assim ficou longe de derrotá-la. No fim, valeu a experiência de Edinanci, que venceu com dois yukos.

A vitória sobre a terceira adversária do dia foi mais tranqüila. Diante da algoz das Olimpíadas de Atenas-04, a italiana Lucia Morico, a paraibana teve autoridade para conquistar um waza-ari seguido por ippon com pouco mais de dois minutos de combate.

Edinanci foi para os Jogos Olímpicos credenciada como a atleta mais experiente da seleção de judô. Sem grandes concorrentes à disputa da vaga no país, ela é titular olímpica há mais de uma década. Porém, em todas as vezes que participou (Atlanta-96, Sydney-2000 e Atenas-2004) sempre havia ficado no sétimo lugar.

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