A mãe e o pai de César Cielo estavam no Cubo d'Água nesta quarta-feira (horário de Brasília) e assistiram à performance do nadador, que conquistou a medalha de bronze nos 100 m livre dos Jogos Olímpicos de Pequim. Os dois, porém, só entraram porque uma emissora de TV brasileira disponibilizou ingressos.

"Foi muito difícil conseguir entrar aqui hoje. Ainda bem que ganhamos os ingressos. Ontem, para assistir à semifinal, pagamos um absurdo para entrar. Gastamos quase mil dólares", conta o pai, também chamado César Cielo.

O médico paulista já gastou quase R$ 40 mil na viagem para a China, ao lado da mulher Flávia, da filha Fernanda e de uma amiga. Segundo ele, o presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Coaracy Nunes, prometeu os ingressos para a família, mas não cumpriu.

"O que me deixa mais nervoso é entrar e ver credenciais em que você lê família Kitajima, família Sullivan, e você aqui nesse sufoco. Sendo roubado, assinando cheque de mil dólares para entrar", reclama Cielo.

"Prometeram ingressos e não cumpriram, mas nem vou falar porque é momento de esquecer. Não dependo deles. Vim aqui por minha conta, meu filho se formou por causa de nossa família e não pela CBDA. Somos paitrocinadores", diz o pai do medalhista.

Para vir para Pequim, ele teve de refinanciar um carro. Mas avisou que, para assistir ao filho, tudo vale a pena. "Vendo o carro de novo, se precisar. Isso aqui não tem preço".

Em nota oficial, o Comitê Olímpico Brasileiro respondeu às declarações do pai de Cielo, informando que não possui ingressos que possam ser distribuídos aos familiares de nenhuma membro da delegação brasileira. Segundo a entidade, a delegação recebe uma cota diária, destinada apenas a seus integrantes.

* Atualizado às 07h48

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