UOL Olimpíadas 2008 Notícias

12/08/2008 - 16h00

Joanna Maranhão comemora recuperação após ciclo olímpico conturbado

Lello Lopes
Em Pequim (China)
Em Atenas-2004, Joanna Maranhão recolocou o Brasil em uma final feminina na natação depois de 56 anos de ausência, com o quinto lugar nos 400 m medley. Em Pequim-2008, ela não avançou em nenhuma das três provas que disputou. Mas Joanna comemorou uma vitória muito mais importante: a recuperação para a vida.

Após os Jogos de Atenas, a atleta passou por um período complicado, que culminou em isolamento e depressão. "Depois daquele ciclo olímpico, quando achava que havia atingido o auge, resolvi tirar um tempo para mim. Não queria mais ver piscina, não queria mais ver jornalista pela frente", disse a atleta, na saída de sua última prova no Cubo D'Água.

O motivo da retração, que influenciou nos resultados da nadadora, foi revelado no começo do ano. Joanna disse que na infância foi vítima de abuso sexual por parte de um ex-treinador. Os dois agora travam uma batalha judicial.

Após o desabafo, os resultados começaram a aparecer. A nadadora pernambucana conseguiu índice até para os 200 m borboleta, prova que não é a sua especialidade.

Mas a recuperação foi difícil. Joanna conta que por causa da medicação chegava até a passar 20 horas por dia dormindo. "Não conseguia treinar. Foi uma barra muito pesada. Eu cresci muito, mas foi um processo doloroso. Aquela parte suja que me atrapalhava está longe de mim. Isso é o mais importante", falou Joanna.

Em Pequim, apesar de ter ficado longe de repetir a campanha de Atenas, Joanna abandonou o ar triste dos últimos anos e voltou a sorrir. E a sonhar. "Estou bem mais leve, bem mais feliz. No ano que vem, no Mundial, eu quero brigar por uma final. Não vou relaxar", disse, planejando voltar aos treinos depois de uma semana de férias. Indício de que a nova Joanna veio para ficar.

Compartilhe: