A China estipulou como meta chegar à liderança do quadro de medalhas nos Jogos Olímpicos de Pequim, hipótese que a própria delegação dos Estados Unidos, sua principal rival, já admite como fato quase inevitável. Se depender do tênis de mesa, essa superioridade asiática estará confirmada.

Desde que a modalidade passou a figurar no programa olímpico, em Seul-1988, os chineses abocanharam 16 das 20 medalhas de ouro em jogo. Neste ano, ao que tudo indica, é enorme a chance de os anfitriões ficarem com os quatro primeiros lugares em disputa.

Ao contrário das outras cinco edições olímpicas com tênis de mesa, Pequim-2008 não terá provas por duplas, mas sim por equipes. E o favoritismo chinês começa por aí, com o trio formado por Hao Wang, Lin Ma e Liqin Wang, nada menos do que os números 1, 2 e 4 do mundo, respectivamente.

Com o ouro praticamente assegurado aos chineses, a disputa pelas outras medalhas deve se limitar aos tradicionais Hong Kong e Coréia do Sul, com uma boa chance de a Alemanha, dos ascendentes Timo Boll e Dimitrij Ovtcharov, estragar a festa asiática.

O trio brasileiro terá uma mescla de gerações em busca da primeira medalha olímpica do país na modalidade. Gustavo Tsuboi, que vem em boa fase e subiu quase 100 posições no último ano, estréia em Olimpíadas. Já Thiago Monteiro, participante em Atenas-2004, vem mais forte para Pequim, chegando como 66º do mundo. Por fim, Hugo Hoyama parte para sua quinta e última edição de Jogos. Longe da grande forma que apresentou nos anos passados, o mesa-tenista terá de tirar forças de sua experiência e motivação.

Tsuboi e Monteiro também disputarão a competição de simples, com chances praticamente nulas de pódio. Aqui, a briga boa também deve ficar entre asiáticos, com Hao Wang e Lin Ma sendo os grandes favoritos.

No individual feminino, a possibilidade de uma festa local é ainda maior. Campeã de simples e duplas em Atenas, Zhang Yining não tem adversárias à altura que a impeçam de abocanhar o bicampeonato. Líder do ranking mundial desde janeiro de 2003, com apenas um mês na segunda colocação, a mesa-tenista terá que lidar somente com a grande cobrança da torcida chinesa, que não ficará satisfeita com nada menos do que um ouro.

Única brasileira em Pequim, Mariany Nonaka chega em melhores condições do que em 2004, quando fez sua estréia olímpica aos 16 anos de idade. Entretanto, a própria paulista sabe que chegar ao pódio será missão quase impossível, por isso, vencer um ou mais jogos já será um prêmio e tanto.

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