Imagine ser vizinho de Thiago Pereira, Jadel Gregório e Diego Hypólito. É mais ou menos assim que a equipe de esgrima se sente nos Jogos Olímpicos de Pequim. Modalidade com pouca tradição no Brasil, a esgrima ocupa lugar de destaque na China, sendo disputada no mesmo complexo que abriga o Ninho de Pássaro, o Cubo D'Água e o Ginásio Nacional, palco da ginástica artística.

Ficar no meio da badalação, entretanto, não deslumbra os dois esgrimistas brasileiros em Pequim. Renzo Agresta e João Souza mantêm-se focados nos treinos. Sem chance de brigar por medalhas, a dupla tem um objetivo simples: ficar entre os 16 primeiros colocados de suas armas.

"Aqui é uma competição que a gente treinou mais de quatro anos para estar. O foco tem que ser total", disse Renzo Agresta, que na segunda-feira, às 23h (de Brasília), vai disputar a competição de sabre.

Veterano dos Jogos de Atenas, Agresta acha que o fato da esgrima estar no principal complexo olímpico de Pequim, em frente ao centro onde a imprensa internacional trabalha, pode dar mais visibilidade ao esporte.

"Significa que a maior parte da imprensa está aqui. Então pode dar uma maior cobertura para a gente", falou Agresta.

Já o estreante João Souza, que às 23h de terça-feira competirá no florete, elenca os astros que já viu na Vila Olímpica. "O time de vôlei, o pessoal da ginástica, o pessoal da natação". Entretanto, por causa da rotina de treinos, o contato com os outros atletas foi mínimo.

Nem mesmo o fato de estar no centro nevrálgico da Olimpíada faz com que João Souza possa aproveitar mais os Jogos. "Vou assistir à esgrima. Se for assistir mais alguma coisa, será somente um evento", disse.

Renzo Agresta nem isso poderá fazer. O esgrimista deixará Pequim no dia seguinte à sua participação. Assim, nem poderá torcer por João Souza na prova de florete.

Com a concentração em alta, apesar dos atrativos ao redor, a dupla recebeu elogios de Alexandre Alves Teixeira, um dos técnicos da seleção. "Eles estão com muita vontade. Eles não relaxaram nenhum momento. Eles querem continuar fazendo história", disse, lembrando as medalhas de bronze conquistadas por Agresta e Souza no Pan do Rio de Janeiro, no ano passado.

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