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06/08/2008 - 15h30

Seleção inicia sonho olímpico com nova aposta no improviso

Bruno Freitas
Em Shenyang (China)
Dois anos depois da desastrada preparação para a Copa da Alemanha, a seleção brasileira de futebol inicia nesta quinta-feira a caminhada nas Olimpíadas, sua missão mais importante desde o Mundial de 2006, novamente com a esperança de que o improviso somado ao poder da individualidade técnica compense a falta de trabalho.

Ricardo Nogueira/Folha Imagem
O meia Diego foi liberado pelo Werder Bremen e joga a partida contra a Bélgica
Jürgen Schwarz/AFP
Rafinha, lateral-direito do Brasil, também teve o aval de seu clube alemão, o Schalke
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Após uma apressada fase de preparação, o time de Dunga começa a caminhada nos Jogos de Pequim contra a Bélgica nesta quinta, às 6h (de Brasília), no estádio Olímpico de Shenyang, na cidade de mesmo nome.

Em campo estará uma equipe titular que jogará junta apenas pela terceira vez, levando-se em conta os amistosos recentes na Ásia contra Cingapura e Vietnã.

No entanto, a rigor, a formação que enfrenta os belgas será inédita, já que Thiago Silva, titular nos testes contra asiáticos, ficará de fora por lesão e dará lugar na zaga a Breno.

"Tivemos dificuldades, 15 dias para treinar uma equipe, problemas de alimentação aqui. A gente já tem pouco tempo para treinar, aí chega aqui e ainda tem que treinar só 1h30, 2 horas, em coisa determinada por quem nunca jogou futebol. Aqui é tudo no improviso", desabafou Dunga sobre os 'percalços chineses', que se somaram a todo o pacote de improvisação no planejamento pelo inédito ouro olímpico para o futebol do país.

A presença de Ronaldinho Gaúcho nas Olimpíadas simboliza o planejamento de acidentado da seleção para a competição. O astro passou a figurar nos planos para Pequim quase em cima da hora, mais especificamente depois que o preferido Kaká teve a liberação do Milan vetada para ser uma das três exceções com mais de 23 anos nos Jogos.

Ronaldinho passou a fazer parte do projeto olímpico em junho depois de vir a público em simultaneidade com o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, para falar do desejo de ambos de que o astro viajasse à China. Desta forma, mesmo com as negativas de Dunga, a convocação do novo reforço do Milan, soou como uma espécie de imposição de cima para a missão em Pequim.

"Para nós jogadores de futebol, a cada começo de competição, a cada mudança de clube, é um novo recomeço. A cada dia a gente é avaliado. Fico feliz de ter essa possibilidade de recomeço, motivado a fazer o meu melhor", afirmou Ronaldinho, às vésperas de sua segunda Olimpíada (esteve na campanha frustrada em Sydney-2000).

Mesmo com apenas quatro jogos de preparação, sendo somente três deles com o grupo que está nas Olimpíadas, a seleção larga nos Jogos com aura de favoritismo, graças à confiança no poder individual e, talvez mais acintosamente, ao esperado nível baixo de competitividade das demais equipes do torneio.

Na primeira fase, o Brasil de Dunga encara adversários como Nova Zelândia e China, totalmente desconhecidos internacionalmente e que teoricamente prometem não assustar. Na estréia, os brasileiros pegam a Bélgica, time sem ilustres, mas que traz entrosamento do Campeonato Europeu Sub-21 como principal trunfo. O zagueiro Kompany, do Hamburgo, aparece como o destaque belga.

Na estréia, o Brasil terá em campo, pelo menos na teoria, uma equipe com identidade ofensiva, com meio-campo formado por jogadores técnicos, além de Ronaldinho e Alexandre Pato no ataque. Resta esperar que o time supere as nítidas dificuldades de entrosamento apresentadas nos amistosos recentes e engrene ao longo do caminho na China.

Data: 07/08/2008 (quinta-feira)
Horário: 6h (horário de Brasília)
Local: estádio Olímpico de Shenyang (China)
Arbitragem: Khalil Al Ghamdi (Arábia Saudita)

Brasil
Renan; Rafinha, Alex Silva, Breno, Marcelo; Lucas, Hernanes, Anderson, Diego; Ronaldinho e Alexandre Pato
Técnico: Dunga

Bélgica
Bailly; Kompany, Vermaelen, Ma-Kalambay; Pocognoli, Ciman, Fellaini, Martens, Haroun; Dembele e Tom de Mul
Técnico: Jean-François Desard

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