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27/07/2008 - 08h51

Tarde de folga vira sonífero para nadadores do Brasil em Macau

Bruno Doro
Em Macau (China)
A adaptação às 11 horas de diferença entre o horário brasileiro e o chinês está fazendo a delegação de natação sofrer em Macau, onde o Comitê Olímpico Brasileiro montou sua base de aclimatação. O vilão nesse processo também já foi eleito: as tardes sem treinamentos.

Flávio Florido/UOL
César Cielo diz que já assistiu a vários filmes para espantar o sono em Macau
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PÁGINA DA OLIMPÍADA DE 2008
A equipe de natação está treinando em dois períodos, entre 12h e 14h e entre 20h e 22h. Isso quer dizer que, no fim da tarde, justamente quando o sono da adaptação ao fuso chega, os atletas estão no hotel, às vezes sem nada para fazer a não ser lutar contra a vontade de dormir.

"No final da tarde dá aquele sono, mas a gente tem de evitar dormir, para acelerar o processo de aclimatação. Eu tento conversar, me mexer, assistir a um filme. Se bem que filme é difícil porque também dá sono", diz Tatiane Sakemi.

Esperança de medalha, César Cielo também está procurando o que fazer contra o vilão das tardes. "Eu tenho lido bastante e assistido filmes. Muitos filmes. Acho que já foram seis, sete desde que chegamos", conta o velocista.

Atleta mais velha da equipe, Fabíola Molina não tem esse problema. Aos 33 anos, a dificuldade é encontrar tempo para fazer tudo o que precisa. "As meninas falam que precisam de coisas para fazer, mas sempre falta tempo, tempo para ler, assistir um filme. Ontem, mesmo. Tivemos reunião da equipe, depois entrei na internet, a nossa conexão é de três horas, nesse tempo liguei para o meu técnico, que está na Itália. Eu até queria chegar mais cedo à piscina, mas não consegui", explica a veterana.

Programas fora da base brasileira foram proibidos. Os atletas não podem nem mesmo ir até o cassino, no mesmo hotel em que estão hospedados. "Está proibido", avisa Cielo. Os passeios pela cidade foram limitados ao trajeto até a piscina, cerca de cinco minutos andando pelas ruas da ilha de Taipa, que faz parte do território de Macau.

"Isso é praxe em competições internacionais. O trajeto é aeroporto, hotel, piscina. E o hotel aqui é muito próximo ao parque aquático e caminhamos durante pouco tempo", diz Rômulo Noronha, chefe da delegação.

A exceção à regra foi neste domingo. Com a maioria dos atletas recebendo uma merecida folga de seus treinadores, um grupo foi até o centro de Macau para conhecer o local.

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