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26/07/2008 - 13h03

Natação libera dorminhocos para enfrentar as 11 horas de diferença

Bruno Doro
Em Macau (China)
A natação brasileira, pelo menos em Macau, é formada por dorminhocos. Na China há dois dias, a delegação verde-amarela que vai nadar no Cubo D'Água de Pequim está usando o sono como parte do processo de aclimatação para o fuso horário. A diferença é de 11 horas do horário brasileiro para o chinês. O objetivo é acostumar a equipe até o dia 8 de agosto, para a abertura dos Jogos Olímpicos.

Flávio Florido/UOL
Thiago Pereira é um dos brasileiros que estão treinando para os Jogos em Macau
PÁGINA DE NATAÇÃO NA OLIMPÍADA
"Nesses primeiros dias aqui em Macau estamos treinando mais tarde, para que os atletas possam dormir mais. É justamente isso que eles precisam nesse início de aclimatação. Muitos acham que atleta só tem de treinar e treinar, mas o descanso também faz parte da preparação", explica Rômulo Noronha, chefe da delegação de natação do Brasil.

Os nadadores chegaram em Macau na quinta-feira e já caíram na piscina. Neste sábado, foram duas sessões, uma entre meio-dia e 14h e outra à noite, entre 20h e 22h. Na próxima semana, os horários devem ficar mais próximos dos das provas em Pequim. Nas Olimpíadas, as eliminatórias da natação serão disputadas a partir de 18h.

"Na próxima semana, pretendemos diminuir o horário de treinos para, quando chegarmos em Pequim, os atletas estejam habituados ao horário em que vão aquecer para a competição", completa Noronha.

Os nadadores estão usando as instalações da piscina olímpica de Macau. Logo ao lado está o estádio Nacional, onde neste sábado o Chelsea, do gaúcho Luiz Felipe Scolari, jogou um amistoso. O local foi elogiado pelos atletas, mas com algumas ressalvas. "O clima está bem legal, a piscina é adequada, só que está um pouco quente", disse o reserva do revezamento Phillip Morrison.

Os atletas já começam a dar sinais de estar se acostumando com a diferença de horário. "Eu estou dormindo bem. Nos últimos dois dias, dormi a noite inteira, sem acordar. Mas ninguém ainda está aclimatado. O bom é que temos mais duas semanas para isso, para chegar em Pequim acostumados", diz Thiago Pereira, esperança de medalha nas provas de quatro estilos.

O ponto crítico da aclimatação, porém, ainda está para chegar. Segundo Rômulo Noronha, o período entre o quarto e o quinto dia é o que mais causa problemas. "É nesse tempo que o atleta sofre. Mas, também segundo a literatura (especializada), para cada hora você precisa de um dia para ajustar ao fuso. Por isso, parece que chegamos cedo demais em Macau, mas é o período necessário".

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