UOL Olimpíadas 2008 Notícias

22/07/2008 - 09h15

China encosta, mas Mundiais dão favoritismo a EUA em Pequim

Fernando Narazaki
Em São Paulo
A China investiu muito dinheiro nos últimos anos para viabilizar o sonho olímpico e buscar uma inédita liderança no quadro de medalhas nos Jogos de Pequim. Porém se os Campeonatos Mundiais de cada modalidade são a maior referência para o que acontecerá daqui a 16 dias na capital chinesa são os EUA que chegam como favoritos à primeira posição, segundo o levantamento feito pelo UOL Esporte no último Mundial de todas as 34 modalidades presentes nos Jogos.

MEDALHAS NO ÚLTIMO MUNDIAL
1º EUA462428
2º Rússia393127
3º China392824
4º Alemanha181326
5º Austrália18915
6º Grã-Bretanha18819
7º França101913
8º Itália101619
9º Coréia do Sul8611
10º Belarus837
17º Brasil535
PaísOuroPrataBronze
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No principal evento de cada esporte, os asiáticos aumentaram em 44,4% o número de pódios em relação às Olimpíadas de Atenas-2004, porém ainda é insuficiente para bater os norte-americanos. A China obteve 91 medalhas mundiais, sendo 39 de ouro, 28 de prata e 24 de bronze. Uma performance bem melhor que os 63 pódios da última edição olímpica, mas ainda inferior aos EUA, que tiveram 46 ouros, 24 pratas e 28 bronzes no último Mundial de cada prova olímpica.

Apesar do crescimento, o país-sede dos Jogos Olímpicos ficaria atrás, inclusive, da Rússia, que obteve os mesmos 39 ouros dos chineses, mas ficaram 31 vezes em segundo lugar e outras 27 em terceiro. A liderança não seria alcançada, porém se a China mantiver este desempenho em Pequim terá a sua melhor participação em termos de medalhas na história dos Jogos. Até hoje, o máximo que a nação conseguiu no evento foi em 2004. Porém, na época, ela foi a segunda no quadro geral.

O aumento chinês, entretanto, não é resultado de uma maior diversidade de modalidades. O país não foi ao pódio do último Mundial em quatro esportes (ciclismo, tiro com arco, vôlei e tênis) que foi medalhista olímpico. As únicas inclusões foram no remo e vôlei de praia, sendo que na última foi considerado a etapa de Gstaad-2007 do Circuito Mundial, que foi denominada de Mundial pela FIVB. Já no tênis, como não há um Mundial específico, o evento considerado para o levantamento foi o Masters, realizado no final de 2007 com a participação dos oito melhores da temporada.

Os chineses melhoraram mesmo nas modalidades que já haviam sido laureados em Atenas. O caso mais forte é o da ginástica artística. Há quatro anos, a China obteve apenas um ouro e dois bronzes, bem diferente do Mundial de Stuttgart, no ano passado, quando o país levou cinco ouros, duas pratas e um bronze. Yibing Chen ajudou a equipe masculina a ser campeã, e ainda foi o melhor no exercício de argolas. Já no feminino, Fei Cheng foi o grande nome com o ouro no salto.

Com o crescimento chinês, os EUA seguraram a liderança graças ao domínio na natação e no atletismo. Em Melbourne-2007, os nadadores do país faturaram simplesmente 17 ouros, 9 pratas e 3 bronzes, sendo que Michael Phelps participou de sete triunfos (100 m e 200 m borboleta, 200 m livre, 200 m e 400 m medley, e os revezamentos 4 x 100 m e 4 x 200 m livre). Na China, o nadador ainda atuará no 4 x 100 m medley.

Já no atletismo, os norte-americanos subiram 14 vezes ao lugar mais alto do pódio do Mundial de Osaka-2007, com o velocista Tyson Gay sendo o vencedor nos 100 m rasos, 200 m rasos e revezamento 4 x 100 m rasos. Os EUA ainda tiveram quatro ouros mundiais na ginástica artística, e dois no vôlei de praia e no boxe. Porém, vale lembrar que o Mundial de boxe, realizado em Chicago-2007, não teve a participação de Cuba, potência do esporte, que temia deserções na equipe.

OS MEDALHISTAS BRASILEIROS
Folha Imagem
Seleção de vôlei com a taça do Mundial de 2006. Veja quais os outros brasileiros que foram ao pódio no último Mundial.
Ouro: Vôlei masculino, Diego Hypólito (solo da ginástica artística), João Derly (meio-leve do judô), Tiago Camilo (meio-médio do judô) e Luciano Corrêa (meio-pesado do judô)
Prata: Vôlei feminino, Jadel Gregório (salto triplo do atletismo) e futebol feminino
Bronze: Jade Barbosa (individual geral da ginástica artística), João Gabriel Schlittler (peso pesado do judô), Natália Falavigna (acima de 67 kg do taekwondo), Juliana/Larissa (vôlei de praia) e Robert Scheidt/Bruno Prada (classe Star da vela)
No mesmo levantamento, o Brasil ocupa a 17ª colocação do quadro, com 13 medalhas, sendo 5 de ouro, 3 de prata e 5 de bronze. O desempenho brasileiro foi impulsionado pelo judô, que faturou três medalhas douradas no Mundial do Rio de Janeiro, no ano passado. O país viu os triunfos do meio-leve João Derly, do meio-médio Tiago Camilo e do meio-pesado Luciano Corrêa. Além disso, outros atuais campeões mundiais do Brasil são o ginasta Diego Hypólito (ouro no solo) e a equipe masculina de vôlei.

O desempenho é muito próximo de Atenas-2004, já que o país teve 5 ouros, 2 pratas e 3 bronzes. Mas é importante mencionar que duas das maiores esperanças do país não foram tão bem no Mundial de sua modalidade. A dupla Ricardo e Emanuel, do vôlei de praia, ganhou as últimas cinco edições do Circuito Mundial, mas fracassou no Mundial de Gstaad-2007, quando foi quarto colocado. Já o velejador Robert Scheidt venceu o Mundial da classe Star no ano passado, ao lado de Bruno Prada, mas foi bronze nesta temporada em Miami (EUA).

Se as três primeiras posições e o Brasil não tiveram mudanças, a lista dos dez melhores teria a entrada de Belarus, que subiu dos dois ouros olímpicos para oito triunfos mundiais. Em compensação, caíram de rendimento três potências esportivas: Japão, quinto em Atenas-2004 cairia do 5º para o 11º lugar (de 16 para 5 ouros), Ucrânia (dono de 9 ouros olímpicos e apenas 1 nos últimos Mundiais) e Romênia, que não obteve um triunfo nas 308 provas do programa olímpico.

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