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16/07/2008 - 07h55

Ginasta incorpora papel e assume favoritismo como motivação

Paula Almeida
No Rio de Janeiro
Ele é bicampeão mundial do solo, líder isolado do ranking internacional da prova e maior recordista brasileiro de medalhas em etapas de Copa do Mundo de ginástica artística. Tudo isso faz de Diego Hypólito o grande favorito ao ouro olímpico em Pequim. O que ele pensa disso? Ele concorda.

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"Eu sempre soube lidar com a pressão e com a cobrança das pessoas por resultado. Isso é positivo pra mim. Eu gosto de saber que, quando eu chegar lá, as pessoas vão olhar pra mim, vão querer saber como eu estou", explica o ginasta. "Eu tive que correr atrás desse favoritismo, e isso mostra que meu trabalho deu certo".

O papel de favorito não é inédito entre ginastas brasileiros. Em 2004, Daiane dos Santos chegou a Atenas como forte candidata ao ouro olímpico, mas deixou a capital grega com um quinto lugar. O resultado foi tomado como frustrante pela torcida brasileira, mas Diego vê com outros olhos. E toma o exemplo como lição.

"A Daiane era favorita e ficou em quinto, mas as pessoas não sabem como é importante esse resultado. A gente sabe que as pessoas colocam os seus problemas em cima de nós, atletas, e quando não vem um bom resultado, a gente é chamado de 'amarelão'. Mas eu sei que vai dar certo", prevê o paulista.

Apesar da tranqüilidade demonstrada, Diego admite que tanto favoritismo pode vir por água abaixo se ele não estiver em um grande dia em 9 de agosto, início da disputa do solo. E cita um caso vivido por ele em situação exatamente contrária, quando o atleta foi praticamente um azarão.

"Em 2005 eu tive uma lesão, fui operado, coloquei dois pinos no tornozelo e fiquei seis meses parado. Aí disputei o Mundial, me classifiquei para a final em oitavo e fui campeão. Isso serviu de lição pra mim. Tudo é questão de momento", analisa o ginasta, que, naquele ano, em decorrência de seus problemas físicos, não era favorito. "Se não der certo nas Olimpíadas, vai ser porque Deus não quis".

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