Com 20 anos, Thomaz Bellucci já demonstrou e declarou que considera um sonho chegar aos Jogos Olímpicos. Com uma ascensão meteórica na temporada, subindo mais de 100 posições no ranking, o tenista brasileiro não espera que sua fama recente lhe dê alguma vantagem em Pequim.
Perguntado se sentiria uma estrela ao lado de astros já reconhecidos no Brasil, como Giba, da seleção de vôlei, ou Michael Phelps, nadador norte-americano, Bellucci minimizou a sua popularidade agora que é o número um do Brasil.
"Perto deles não sou nada. Nunca estive lá (Jogos), mas vai ser legal ficar na vila olímpica", afirmou o tenista, que terá ao seu lado o técnico Léo Azevedo dentro da vila.
Há oito anos, o também tenista Gustavo Kuerten ia para os Jogos Olímpicos de Sydney como um dos melhores do mundo e cheio de fama. Mesmo assim, fez o papel de tiete. Tirou foto ao lado dos principais atletas nacionais e ainda viu a final dos saltos no hipismo com Rodrigo Pessoa.
Bellucci sabe que precisa melhorar para chegar ao nível de Guga e despreza qualquer comparação com o ídolo, que em Jogos nunca passou das quartas-de-final, justamente em Sydney, onde caiu contra o russo Yevgeny Kafelnikov.
"Nem penso nisso [de ser comparar a Guga]. É inevitável para as pessoas. Todo mundo acha que vai existir um novo Guga. Quando surge um novo cara, todo mundo fica em cima, mas minha carreira é muito diferente da dele", afirmou.
O seu técnico Azevedo cuida para o que tenista não se empolgue com os Jogos, nem com a fama. "A idéia agora é tirar o foco das Olimpíadas um pouco. Sobre pressão, tenho dito que quando ele não estiver ganhando, não vai ter essa badalação. Eu passo isso para ele", explicou.
O treinador só pede que o seu tenista, atualmente entre os 70 melhores do mundo, trabalhe corretamente e que a fama não suba à cabeça. "Tem que ser profissional. Tem trabalhar igual quando ele foi 300 do mundo", contou.
Bellucci, que começa em 2008 a disputar torneios de alto nível, como os Grand Slams, responde ao técnico com um sonho de chegar aos 10 melhores do mundo. "Não é tão longe assim, mas é difícil. Tenho que seguir trabalhando", afirmou.