Os nadadores olímpicos do país se encontram nesta quinta-feira com a diretoria dos Correios, principal patrocinador da natação brasileira há 17 anos. O motivo é festejar o sucesso da parceria às vésperas do embarque da delegação para a China. Nos bastidores, porém, muitos atletas reclamam que estão sem receber seu patrocínio desde dezembro.

Os valores variam de R$ 1.000 a R$ 4.000. A verba é entregue diretamente ao nadador e não faz parte do valor destinado a viagens para treinos.

A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) confirma o atraso e sustenta que os pagamentos não ocorreram por demora na renovação do patrocínio.

"O contrato foi assinado agora. Assinamos agora em junho. Então, vai ser de junho a maio. Alguns atletas ganham 12 meses, outros 10 meses, segundo critérios que sempre adotamos. Não tem problema nenhum", afirmou o presidente da entidade, Coaracy Nunes Filho.

"O último pagamento deve ter sido exatamente no mês de dezembro para uns e em março para outros. Mas não tem nenhum problema. Já estamos fazendo os pagamentos agora nesta semana", completou ele, em alusão às parcelas de junho e julho. Sobre os meses anteriores, nada disse.

Os Correios, por meio de sua assessoria de imprensa, afirmam que a verba foi liberada e que a CBDA é a responsável pela distribuição do dinheiro.

Em fevereiro de 2007, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, anunciou a última renovação de patrocínio da empresa. À época, o valor divulgado foi R$ 7,8 milhões para natação, nado sincronizado, saltos ornamentais, pólo aquático e maratonas aquáticas.

Neste ano, houve dificuldade nas negociações para manter todas as modalidades. Os Correios também abriram nova frente de atuação com a Confederação Brasileira de Tênis.

Alguns atletas contam que foram avisados que poderia haver atraso no pagamento e que receberiam também os pagamentos vencidos. Outros, porém, reclamam da falta de informação e temem não ganhar o que ficaram sem receber.

"Não adianta agora colocar a notícia. Isso tudo foi conversado com o Correios, está todo mundo de acordo. As negociações ocorreram e tiveram uma demora. Alguns atletas que não receberam foram todos avisados das negociações. Não adianta criar caso agora com os Correios na véspera das Olimpíadas", afirmou Coaracy.

Parte da verba de patrocínio dos Correios foi usada para a preparação da delegação que vai a Pequim, com viagens para treinamento em altitude e participação em competições.

"Não é uma coisa justa. Todos esses atletas que vão para as Olimpíadas tiveram um programa de treino e viagens que foram rigorosamente cumpridos, com verbas dos Correios e de outras fontes que a confederação recebe. Não houve nenhuma falha", disse o presidente.

"A única coisa que houve foi o problema do apoio financeiro, do patrocínio, que foi solucionado agora no mês de junho e que vai ser feito da mesma forma que foi no ano passado", finalizou o dirigente.

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