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03/07/2008 - 08h12

Teimosia quase tirou representante do tênis de mesa de Pequim

André Medeiros
Em São Paulo
Única mulher no tênis de mesa do Brasil em Pequim, Mariany Nonaka se recupera de contusão e revela que a teimosia por treinar e competir ameaçou as suas pretensões de disputar as Olimpíadas. Há menos de dois meses, a atleta rompeu o ligamento do pé esquerdo, após uma torção acidental no tornozelo, em Portugal, onde mora e treina desde o fim dos Jogos Pan-Americanos de 2007.

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Pouco depois da lesão, Mariany disputou o Pro Tour da Coréia e quase complicou sua passagem . "Quis disputar o campeonato porque a dor havia diminuído, mas não foi uma boa escolha. Além de eu não ter me preparado bem para competição devido à lesão, tive problemas com essa contusão lá, e não pude jogar a ultima partida", explicou.

A teimosia, segundo a própria mesa-tenista, custa caro até hoje. "A recuperação está um pouco lenta. Devido à gravidade, eu deveria ter imobilizado o tornozelo imediatamente por pelo menos três semanas. Eu fiz totalmente ao contrário, ainda participando de um campeonato mesmo com dores", contou.

Em fase final de tratamento, a brasileira se mostra confiante para estar em forma em agosto. "A fisioterapia está mais intensa e estou otimista em relação à recuperação", afirmou. Mesmo sem a condição física ideal, Mariany já treina para aprimorar suas habilidades e seu ritmo de jogo. "Os técnicos brasileiros estão me treinando a ter um tipo de bola com mais qualidade e potência, isso vai influenciar no meu jogo como um todo, desde os saques até as disputas", declarou.

O Brasil, que terá a equipe masculina completa nas Olimpíadas - com Gustavo Tsuboi, Hugo Hoyama e Thiago Monteiro -, já sofreu com uma lesão parecida. Hoyama fraturou, no final de 2007, o tornozelo direito após tropeçar andando na rua. O mesa-tenista teve prejudicada a preparação para os pré-olímpicos e por pouco não garantiu vaga à quinta Olimpíada na carreira.

Mariany conseguiu escapar de um problema mais grave e sonha com as partidas em Pequim. Há quatro anos, em Atenas, a atleta era mais jovem de todos os esportes da delegação brasileira. Então com dezesseis anos, a mesa-tenista disputou apenas em duplas ao lado de Lígia Silva e acabou eliminada na primeira rodada.

Para a China, a expectativa vai além de uma vitória no primeiro jogo. "Meu objetivo é ganhar o máximo de jogos possíveis. Eu tenho consciência de que não sou a favorita, mas tentarei surpreender", afirmou.

Algo que faz Mariany mais confiante é sua estadia na Europa. A mesa-tenista se mudou para Portugal logo após a disputa do Pan. "A minha estadia na Europa fez toda a diferença. O meu clube em Portugal me incentivava muito, me apoiava e investia em mim. Os treinos não tinham uma carga horária forte, mas tinham bastante qualidade", contou.

Nestes Jogos Olímpicos, a mesa-tenista vai competir só no individual. Com a experiência adquirida na Europa, Mariany afirma ter evoluído quanto ao seu jogo. "A liga que joguei em Portugal era bem forte. As jogadoras eram mais velhas que eu e mais experientes. Tinham várias estrangeiras, russas, chinesas. Deu para eu evoluir bastante", completou.

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