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13/06/2008 - 16h27

Brasil perde na prorrogação e tem crise com sua cestinha

Fernanda Brambilla
Em Madri (ESP)
Em sua partida decisiva no Pré-Olímpico Mundial feminino de basquete, a seleção brasileira foi superada por Belarus por 86 a 79, na prorrogação. E ainda ganhou uma crise para ser contornada na disputa por uma vaga para Pequim-2008 na repescagem.

EFE
Iziane mostra insatisfação sentada no banco de reservas na derrota suada desta sexta
Alexandre Vidal/Divulgação CBB
Iziane fez 12 pontos contra Belarus, entrou em conflito com técnico e acabou barrada
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IZIANE ESTÁ FORA. VOCÊ CONCORDA?
"IZIANE DESRESPEITOU O PAÍS"
CLAUDINHA E KELLY REPROVAM ALA
DECISÃO DEVE SER CONTRA CUBA
A ala Iziane se recusou a voltar à quadra após ficar no banco de reservas. Diante da inesperada atitude, o técnico Paulo Bassul resolveu afastar a atleta do restante da competição.

O Brasil pega Angola, no sábado. Se vencer, terá de disputar a última vaga olímpica em disputa em Madri com quem sair do duelo entre Cuba e Japão. Se o treinador mantiver sua posição, o time nacional precisará conquistar dois triunfos sem seu principal destaque - a maranhense foi a cestinha nas duas primeiras rodadas.

Nesta sexta, a seleção até mostrou que seu banco está amadurecido, que tem poder de reação - sem Iziane -, mas falhou nos momentos decisivos e, na prorrogação, perdeu para a equipe européia.

Com sua formação titular (Claudinha, Êga, Kelly, Iziane e Micaela), o Brasil começou bem e, com agilidade, abriu 7 a 2 no marcador. A vantagem se manteve até que Iziane, aos 6min, acertou um chute de três para abrir 12 a 6. No decorrer do jogo, o técnico Bassul chamou a ala na lateral e os tiveram uma breve discussão. A ala ainda anotou outro chute de três, mas um erro de passe de Êga levou a um contra-ataque rápido, que Leuchanka matou.

Ainda no primeiro quarto, Mamá e Natália entraram no lugar de Êga e Claudinha, respectivamente. A dois minutos do fim, as brasileiras passaram a errar passes fáceis e deixaram as bielo-russas encostar no placar. Aproveitando o momento desconexo do time brasileiro, Belarus passou à frente com 19 a 18. O Brasil ainda se restabeleceu, mas parou na igualdade, por 22 a 22.

No segundo período, os erros do Brasil aumentaram. Sem chegar à cesta, a seleção demonstrava um nervosismo exacerbado, para proveito das bielo-russas. Apesar da volta de Claudinha em quadra, a equipe não conseguiu retomar o jogo, e o time estacionou no placar, enquanto as rivais abriram 31-22.

Uma roubada de bola de Micaela deu ao Brasil os primeiros pontos do período, mas a reação não ocorreu. Distante da cesta adversária, a seleção teve a volta de Iziane no minuto final, mas já perdia de 35 a 24. Quando o time acordou, ainda diminuiu quatro pontos da diferença. Na saída para o vestiário, Iziane deixou a quadra separada do restante do elenco, deixando clara a rusga com o treinador.

O SEGUNDO "NÃO"
Ao se recusar a entrar em quadra contra Belarus, a ala Iziane não protagonizou um incidente inédito em seleções brasileiras de basquete. No ano passado, o armador Nezinho teve o mesmo ato no Pré-Olímpico das Américas, em Las Vegas, em duelo com o Uruguai. Com a partida definida, o técnico Lula Ferreira chamou o ex-pupilo de Ribeirão Preto e também ouviu um "não".
Na volta do intervalo, Iziane foi a última a retornar, quando as demais jogadoras já batiam bola. O terceiro quarto retomou o mesmo cenário, e as bielo-russas aumentaram quatro pontos antes que a primeira bola brasileira entrasse - foram três arremessos perdidos de Iziane. Mesmo quando impedia o ataque adversário, a seleção pecava no setor ofensivo; com isso, Belarus abriu 44 a 31.

A verdadeira reação começou quando Karla anotou uma cesta de três e, em seguida, Natália roubou uma bola e casou jogada rápida com Chuca. A diferença, de oito pontos, caiu com os primeiros dois pontos de Franciele, provando que o banco do Brasil faria a diferença. Ligada no jogo, a ala-pivô novata ainda cavou uma falta e converteu o lance livre para baixar a vantagem das bielo-russas para apenas quatro pontos. Quando o Brasil esquentou, uma cesta de três de Padabed manteve o equilíbrio. Uma cesta de Karla de três nos segundos finais fez a seleção encostar com 51 a 50.

No último quarto, somente Claudinha permaneceu em quadra do quinteto titular, mas foi outra cesta de três de Karla pôs o Brasil à frente com 53 a 51. Outro chute de três, agora de Chuca, mostrou que a briga seria boa. Imbatível de três, Karla acertaria mais uma.

Em alta tensão, o jogo entrou no minuto final com 72 a 70 para as brasileiras. A cinco segundos do fim, Micaela cometeu falta sobre Olga Masilionene, que converteu o primeiro arremesso. No segundo, a bielo-russa errou. Depois, Anastasiya Verameyenka também bateu lances livres e apenas empatou o placar. Os times foram à prorrogação.

Mais uma vez, porém, os erros seguraram a seleção, e as numerosas faltas deram, em lances livres, ampla vantagem a Belarus, que abriu 10 pontos. Uma nova cesta de três de Karla ainda animou a torcida, presente durante toda a saga, mas o tempo mostrou-se mais uma vez insuficiente para a retomada do Brasil.

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