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09/06/2008 - 08h34

Base da seleção feminina do Brasil busca o auge aos 30

Fernanda Brambilla
Em Madri (ESP)
Elas são consideradas veteranas, têm bagagem internacional, e compõem a elite do basquete do país - esporte que, no feminino, nunca perdeu uma chamada à Olimpíada. Aos 30 anos ou à beira da idade, quando esportistas já falam em aposentadoria, a base da seleção vive na Espanha dias de novata em busca do auge de suas carreiras.

Divulgação/CBB
Com experiência do Mundial de 2006, Êga é uma das apostas do Brasil para levar vaga
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Êga, 30, Micaela, 29, Mamá, 30, Chuca, 29, estão muito perto da primeira participação nos Jogos. Durante muitos anos, as atletas ficaram no segundo plano da geração consagrada de Janeth e Cia, mas como protagonistas neste Pré-Olímpico, têm a missão de manter uma regularidade que vem desde o início do torneio olímpico da modalidade, em Barcelona-1992. Para cada uma delas, é também um momento inédito, apesar da longa trajetória nas quadras.

"É um misto de maturidade e ansiedade, já que não somos mais novinhas. Ao mesmo tempo, é um momento muito importante pra cada uma", diz a ala-pivô Êga, que já esteve em duas edições do Pan, mas teve como principal momento na seleção o Mundial de 2006, quando desbancou Cíntia Tuiu do time titular. "E eu me sinto muito bem aos 30", completou.

Reserva de Janeth, Micaela ocupou bem a ausência da estrela Iziane no Pan do Rio, e é outra peça-chave do elenco de Paulo Bassul em Madri. "Já estou esperando por essa chance há muito tempo", diz a ala, que sofreu com diversas lesões nos últimos anos. Micaela mira alto. "Não é só ir, nós queremos ir e brigar por medalha."

"Esse é o nosso momento", define a ala-pivô Mamá, que se considera "muito melhor aos 30 do que há cinco anos". "Se a gente tivesse ido para Atenas, tudo seria diferente. Mas pra muitas aqui essa pode ser a primeira e última Olimpíada. Não dá para saber como vamos estar daqui a quatro anos. Chega uma hora em que cada uma quer pensar na família, em filhos..."

Mas mesmo quem já passou pela experiência, como a ala-armadora Karla, 29, que integrou a seleção quarta colocada na Grécia como reserva, pode ganhar mais brilho em sua segunda chance.

Confiança do técnico elas têm de sobra. "Temos uma base bem preparada. Essas jogadoras que assumiram a titularidade são fortes, e formam um elenco que é muito promissor", diz Bassul. "Essa base, também por ser madura, já abraçou o discurso da garra e propagou um espírito de grupo muito bom. Em uma competição de risco como o Pré-Olímpico, não se pode perder a hora de matar o jogo."

Engrossam o grupo as olímpicas de Sydney-2000, Claudinha, 33, que voltou à seleção em 2007 após ter ficado afastada desde o Mundial de 2002, e Kelly, 28, única com duas edições dos Jogos na bagagem, além da ala-estrela Iziane.

Toda essa experiência tem valido muito às novatas do time, como a ala-pivô Franciele, de apenas 20 anos, a ala Jaqueline, 22, a pivô Grazi, 24, e Natália, 23, que tem se mostrado ótima opção na armação da equipe. "É um banco 'verde', mas que já lida muito bem com a pressão, e eu espero boas surpresas", aposta o treinador.

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