UOL Olimpíadas 2008 Notícias

09/06/2008 - 08h00

Janeth faz alerta à seleção: "É hora de chamar a responsabilidade"

Fernanda Brambilla
Em Madri (ESP)
No teste mais importante da seleção brasileira feminina de basquete sem sua presença, a ex-jogadora Janeth, dona de medalhas de prata (Atlanta-1996) e bronze (Sydney-2000) e aposentada das quadras após os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, fez um alerta às jogadoras pelo que considera o fator decisivo para a classificação olímpica. "Está na hora de chamar a responsabilidade", afirma a veterana.

OS PALPITES DE JANETH
Brasil x Fiji: "É jogo pra ganhar. Começar vencendo dará ânimo para o próximo confronto. Se perder, a coisa complica muito."
Brasil x Espanha: "Pode ser o jogo mais difícil do Brasil no torneio, mas não é impossível. Equipe espanhola é experiente, está em casa, e tem uma base que está junta há muito tempo. Elas são 'sangue quente' como a gente, mas estamos no mesmo nível"
"Agora é a hora de mostrar a todos que elas estão preparadas, e espero que elas estejam mesmo", comenta Janeth. "Acredito que no decorrer dos jogos, elas vão crescer e isso vai aparecer em quadra." Para a jogadora, a necessidade de provar que a seleção segue forte mesmo após a saída das titulares de Atenas, levará a uma evolução.

"É claro que, com as mudanças no elenco, um novo comando iria acabar surgindo naturalmente, mas a situação exige um amadurecimento forçado", explica Janeth. "Isso não é ruim, é bom, pois vai fazer com que elas adquiram ainda mais responsabilidade de tocar o barco."

O Pré-Olímpico, lembra ela, será uma prova de fogo também para o treinador Paulo Bassul, à frente da equipe há quase um ano. "Tanto a seleção tem que estar preparada para responder a essa pressão, quanto a comissão técnica quer mostrar que o grupo tem pessoas muito competentes à frente", opina a ex-ala, que tem quatro edições dos Jogos no currículo.

Confiante no potencial de suas ex-colegas, Janeth rechaça o risco de o Brasil ter que disputar a quinta e derradeira vaga - as quatro primeiras vão às equipes que vencerem suas partidas nas quartas-de-final, quando a seleção deve ter à frente Cuba ou Belarus.

"Não existe chance de não ir para Pequim, isso é impensável. Essa é a maior chance que o Brasil já teve e o grupo está melhor do que na disputa do ano passado", afirma a ex-comandante, em referência ao Pré-Olímpico das Américas, quando o time caiu na semifinal diante de Cuba.

Na hora de arriscar palpites, no entanto, Janeth recua. "É difícil dizer o quanto elas vão conseguir avançar, mas classificar entre os quatro primeiros (vencendo o duelo de mata-mata, nas quartas-de-final) e descartar a necessidade da quinta vaga seria perfeito para dar a confiança necessária nesse momento", conclui.

Lembranças da Espanha
Acompanhando de longe a preparação brasileira na Espanha, Janeth não pôde evitar as lembranças de um outro momento de sua carreira na seleção brasileira, a estréia olímpica nos Jogos de Barcelona-1992.

O Brasil obteve o sétimo lugar, mas já contava com Paula e Hortência, dupla que comandaria o país quatro anos mais tarde à prata olímpica. Para Janeth, foi uma experiência sofrida, mas que deixou grandes lições. "A gente se deslumbrou com aquilo tudo, ainda mais por ser a primeira vez, não tínhamos parâmetros", contou a ex-ala. "Sempre penso que, se a gente não tivesse perdido o foco, poderíamos ter começado nos Jogos de um jeito melhor. Mas a vivência valeu muito, porque foi um erro que não repetimos."

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