Sem patrocinadores, mas com a ajuda da família para poder ficar três temporadas em Roma aprimorando seu estilo empunhando o sabre. O esgrimista Renzo Agresta tem nome italiano, tem passaporte italiano, mas cresceu em São Paulo e já defendeu o Brasil em Atenas-2004. Mas agora quer mais.
"Se eu for realista, passar para a terceira ou quarta rodada da competição já me deixaria com o dever cumprido. Mas o sonho, no fundo, é a medalha", afirmou.
Ele é o 42º colocado no ranking mundial, mas vitórias sobre o campeão europeu e sobre os últimos bronzes olímpicos dão lastro para seus devaneios olímpicos em uma modalidade em que o Brasil tem pouca tradição.
Desde o início de 2006, Renzo mudou-se para a capital italiana, onde mora sozinho, estuda e pratica a vida de espadachim com o treinador Alessandro Di Agostino.
"Existe uma lacuna grande entre a esgrima nacional e a européia. Foram eles que inventaram a técnica, então, para chegar a resultados e preciso combater diariamente contra eles", analisa o brasileiro.
Renzo recebe o incentivo do bolsa-atleta e tem suas viagens custeadas pela confederação, mas sem o auxílio familiar não poderia seguir em nível competitivo. "Na Europa, os melhores são profissionais, com salários e premiações por troféus. A coisa está melhorando no Brasil, principalmente após as três medalhas no Pan de 2007. Mas ainda está longe."
Ele se diz cativado pelo esporte e não pretende largá-lo após Pequim-2008. "Quero estar em mais duas Olimpíadas. Quem sabe nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016", vislumbrou o atleta de 23 anos.