UOL Olimpíadas 2008 Notícias

15/05/2008 - 10h36

Somando escolas, Brasil vira referência mundial no judô

Bruno Doro
Em São Paulo
O judô brasileiro virou referência mundial na modalidade. Hoje com três campeões mundiais e atletas competitivos em todos os pesos, o Brasil passou a atrair seleções fortes para treinamentos no país e a receber convites para treinos no exterior. O motivo do novo status, além dos resultados, é uma particularidade do judô brasileiro.

Em poucos lugares no mundo, uma seleção encontra judocas da escola japonesa, clássica, de luta em pé e sempre buscando o ippon, com atletas com estilo do leste europeu, com influências de outras lutas, como a greco-romana, baseada nas catadas de perna.

O Brasil tem ambos, em especial Tiago Camilo, da escola japonesa, e João Derly, com influências européia. Tudo isso, somado à força nas técnicas de luta no solo, o newaza, fruto da evolução brasileira no jiu-jitsu - o medalhista olímpico de 2004, Flávio Canto, é um grande exemplo disso.

"O Brasil sempre teve judocas muito fortes e hoje está evoluindo muito também na estrutura de preparação. Por isso, é sempre uma oportunidade muito boa vir para o Brasil", diz o técnico da equipe olímpica da Itália, Luigi Guido, que veio ao país para disputar a Copa do Mundo de Belo Horizonte, no começo do mês, e trará sua equipe para um desafio em Brasília, em 8 de junho.

"Os brasileiros são muito fortes e rápidos. É um intercâmbio muito interessante. O Brasil está entre as potências mundiais", diz o campeão mundial dos pesos pesados (+ 100 kg), Teddy Riner, que, além da Copa do Mundo mineira, ainda está treinando com a seleção brasileira no Ibirapuera, em São Paulo.

Entre as mulheres, mesmo sem os mesmos resultados, a atração também é grande. A equipe olímpica de Portugal, com a medalhista do último Mundial, Telma Monteiro, também treinou com a seleção verde-amarela em São Paulo durante essa semana.

Até mesmo o Japão está apostando no intercâmbio com o Brasil. O time veio em 2006 para treinar no Ibirapuera e, em junho, volta para São Paulo para um desafio contra o time do país. As lutas serão no dia 15 de junho, em meio à comemoração dos 100 anos da imigração japonesa. O time brasileiro ainda tem um treinamento de campo com os times da França, Japão e Azerbaijão entre 1 e 6 de junho.

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