UOL Olimpíadas 2008 Notícias

12/05/2008 - 17h44

De volta após suspensão por doping, Julyana Kury torce por Rebeca

Fernanda Brambilla
No Rio de Janeiro
Enquanto a nadadora Rebeca Gusmão aguarda a decisão que pode colocá-la de volta às competições, outra velocista com um histórico de doping, a paulista Julyana Kury, relembra o que passou durante sua suspensão de dois anos, e se diz na torcida pela colega.

Julyana, que atualmente defende o São Caetano, mesmo clube onde Rebeca competia, foi afastada após exame de 2004 que apontou a presença da substância estanozolol (anabolizante).

Dois anos após sua volta, aos 24 anos, a nadadora acompanha o caso de Rebeca Gusmão, e torce por sua absolvição. "Conheço a Rebeca; ela é uma pessoa do bem, não é como insinuaram", apela. Julyana, que na época de sua acusação perdeu a briga por uma vaga na equipe olímpica do 4 x 100 m livre que foi a Atenas-2004, acredita que, se absolvida, Rebeca não vai se aposentar, como chegou a ameaçar.

"Rebeca é uma estrela e, se tudo der certo, ela tem tudo para ir e dar a volta por cima, até como exemplo de superação depois de tudo o que aconteceu e que foi falado dela."

A suspensão de Julyana, no entanto, pouco teve a ver com o atual caso da velocista brasiliense. A atleta paulista recorreu a um tratamento ortomolecular, e não se informou sobre as substâncias que eram receitadas por seu médico.

"Nunca desconfiei de doping, isso na minha cabeça era uma coisa muito distante. Tomei pílulas de manipulação de monte, dessas que vêm com uns nomes que não dá para entender nada. Achava que era tudo vitamina", lembra a atleta, que não se redime da culpa, apesar da ingenuidade.

"Quando me ligaram contando do doping, eu não sabia o que fazer, achava que era engano. Nem sabia o que era aquilo que tinham encontrado na amostra", diz a nadadora. "Atleta não pode tomar o que achar que deve, e um complicador no Brasil é que existe muito amadorismo, então muitos médicos não sabem o que podem passar ou não." Julyana chegou a fazer palestras para jovens atletas na Associação Esportiva Mocoquense.

No Troféu Maria Lenk, que terminou no domingo, Julyana tentou índice para os 100 m livre e no 4 x 100 m livre, mas não conseguiu se classificar para Pequim. "Só de estar de volta já é uma vitória. Quero que todo mundo se previna, porque é muito fácil cair numa dessas. Difícil é voltar."

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