UOL Olimpíadas 2008 Notícias

12/05/2008 - 08h49

Novatos evoluídos, Barbosa e Guido são os "azarões" da natação

Fernanda Brambilla
No Rio de Janeiro
Eles rumam à primeira Olimpíada, e ainda não sentem a pressão ou o status que recaem sobre o trio Thiago-Kaio-Cielo. Mas alguns dos novatos da equipe olímpica da natação já acumulam experiência internacional e, apesar da estréia, apostam em surpreender como 'azarões'.

Satiro Sodré/CBDA
Henrique Barbosa bate na frente e confirma melhor tempo do país nos 100 m peito
Satiro Sodré/CBDA
Guilherme Guido vibra com seu novo recorde continental nos 100 m costas, 54s32
BARBOSA: STATUS DE 'AZARÃO'
"Alguns nadadores estão ocupando o lugar que foi de Kaio Márcio e Joanna Maranhão, que eram os novatos de Atenas, mas estão muito mais evoluídos, e figuram em uma zona intermediária. Têm uma bagagem de provas no exterior que é incomparável, e podem trazer uma surpresa", define o coordenador-técnico Ricardo De Moura.

O grande representante dessa ala é Henrique Barbosa, dos 100 m peito. Vencedor de uma batalha com Felipe Lima, Felipe França e Eduardo Fischer no Troféu Maria Lenk, o nadador segurou a pressão e se impôs como o principal nome do país no estilo na atualidade.

Morando na Flórida, onde divide a casa com outros três nadadores e faz parte do Race Club, clube criado pelo bicampeão olímpico norte-americano Gary Hall Jr para velocistas, Barbosa segue uma rotina de concentração constante, onde 'vive e respira' natação.

"A gente acaba falando só de natação, de treino, ainda mais em ano olímpico", diz o brasileiro, que por aqui defende o Pinheiros. Quando questionado sobre os adversários, Barbosa mostra maturidade.

"Já esperava essa disputa forte, por isso vim, não podia correr o risco de perder a vaga", diz o nadador, que chegou à seletiva como único representante do 100 m peito.

COM GARY HALL NA TORCIDA
Após a acirrada classificação nos 100 m peito, Henrique Barbosa não esperou para ligar para seu técnico, Mike Bottom, nos EUA.

"Fui falando como aconteceu, que outros três caras tinham feito o índice antes de mim, e ouvi que Gary (Hall Jr, norte-americano bicampeão olímpico) estava do lado, e dizia: 'Ah não, que droga, cara'. Mas então eu contei por fim que fui melhor que os três, e eles ficaram aliviados."
PERFIS DA NATAÇÃO
Competindo na última série, Barbosa teve que assistir aos primeiros dois índices antes de cair na piscina. "Sabia que tinha que ir lá e fazer melhor", resume ele, que anotou 1min00s79, sem preparação qualquer para o torneio. "Minha meta agora é quebrar a barreira do 1 minuto."

Colega no clube paulista, Guilherme Guido é outro nome que já tem peso na delegação. O nadador, de apenas 21 anos, ficou fora dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro por muito pouco, mas assegurou a vaga olímpica nos 100 m costas já no Sul-Americano, e foi o responsável por tirar Thiago Pereira do 4 x 100 m medley masculino.

No Troféu Maria Lenk, Guido baixou o recorde sul-americano da prova, que já lhe pertencia, e anotou 54s32. Quando o assunto é Pequim, o nadador é confiante. "Quero nadar 53s. Acho que quem nadar pra 53s0 leva o ouro, mas com 53s8 já vale uma final", diz o nadador, que passou quatro meses nos Estados Unidos e já faz previsões de uma prova muito disputada. "Ah, esse recorde mundial (52s98, de Aaron Peirsol) vai cair."

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