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12/05/2008 - 08h16

Natação brasileira aposta em equipe menor, mas melhor em Pequim

Fernanda Brambilla
No Rio de Janeiro
De Atenas para Pequim, a natação deve 'encolher' um pouco sua delegação. Mas a equipe, formada até agora por 17 atletas, sem contar com as nadadoras dos revezamentos femininos (além dos dois reservas dos revezamentos, que elevariam a conta para 19), tem alguns trunfos que já a tornam mais competitiva do que a dos 23 atletas de quatro anos atrás.

4 X 100 M PODE LEVAR MAIS QUATRO
Satiro Sodré/CBDA
Monique Ferreira (1ª), Tatiana Lemos (3ª) e Michelle Lenhardt (4ª) falharam em suas provas, e vão a Pequim no 4 x 100 m livre
Satiro Sodré/CBDA
No 4 x 100 m medley, Tatiane Sakemi (4ª) estréia em Olimpíadas no revezamento; já Tatiana Lemos (2ª), está nos dois quartetos
BARBOSA E GUIDO, AZARÕES
PERFIS DA NATAÇÃO
THIAGO PEREIRA: 110 % DO PAN
Ao menos, isso é o que aposta a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), que se baseia em dois feitos do país: a evolução técnica da natação feminina, e a melhor preparação dos atletas no ciclo olímpico, tudo para fazer melhor frente à crescente concorrência internacional. De acordo com os próprios dirigentes brasileiros, Pequim deve abrigar, em seu Cubo D´Água futurista, a Olimpíada mais disputada da história.

"Essa equipe está mais bem preparada e é mais focada do que a de Atenas", resume o coordenador técnico da entidade, Ricardo De Moura, que lembra que Thiago Pereira, César Cielo, Nicholas Santos e Kaio Márcio tiveram atenção especial. "Em Atenas tivemos a despedida de Fernando Scherer e Gustavo Borges, que serviam como referencial. Has hoje, Kaio, Thiago, que já vêm até com recordes mundiais no currículo, além de Cielo, já assumiram o posto", continuou.

"O LZR (polêmico maiô da Speedo) é só a ponta do iceberg. A diferença entre o primeiro e o oitavo será a mínima. Se novos caras apareceram, até a Olimpíada serão muitos outros nomes de gente que nem conhecemos, como esse último francês (Amaury Leveaux, que anotou 21s38 nos 50 m livre)", lembrou De Moura, que nem por isso deixou de citar os favoritos. "É claro que se Michael Phelps não ganhar ouro será um tsunami. Mas a concorrência vem muito antes."

Antes resignadas, as mulheres da equipe ganharam força. "Elas superaram muitas adversidades, e a ausência da Rebeca (Gusmão, suspensa preventivamente por doping) foi suprida. Além disso, superaram a pressão do número de nadadoras que iriam se classificar", destaca De Moura.

Apesar do horizonte mais promissor, o dirigente ressalta que, para Pequim, os resultados devem ser modestos. "O Brasil tem grandes chances de classificação, mas é importante não confundir com medalha."

O GRINGO DO BRASIL
O treinador de César Cielo, que mora e treina em Auburn, nos Estados Unidos, compõe o time de técnicos da seleção brasileira de natação em Pequim. Brett Hawke, ex-nadador australiano que foi o 6º nos 50 m livre em Atenas-2004.

"Já fomos a Auburn e estamos de acordo com ele, que está nos passando toda a rotina de treinos do Cielo. Hawke será técnico do Brasil", diz Ricardo De Moura.
Nos revezamentos, a situação é parecida. "O grande objetivo é a final olímpica", afirma De Moura. "As meninas vêm de uma evolução incontestável no medley, e conseguiram um novo tempo muito mais competitivo, sem contar com a Rebeca."

Na China, um dos fatores de preocupação é a mudança nos horários do programa olímpico, que estipulou as finais pela manhã, e as provas separadas em três etapas: eliminatórias, semifinais e finais. "Tem muito cara aí já falando em final, mas é preciso ter muita calma, porque já não tem essa de poupar e forçar no fim. Não dá para queimar etapas, tem é que nadar três vezes, e três vezes bem."

Thiago Pereira já está alerta à mudança. "É um fator novo, que aumentará o cansaço. Em uma prova, são três dias de competição", lembra o nadador.

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