Um protesto a favor dos direitos humanos na China marcou a cerimônia de acendimento da tocha olímpica na manhã desta segunda-feira, em Olímpia, na Grécia.
Durante o discurso do presidente do comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Pequim, Qi Lieu, três pessoas invadiram o local com bandeiras negras com algemas no lugar dos anéis olímpicos. O grupo "Repórteres sem Fronteiras" assumiu a autoria do protesto.
A polícia interveio e deteve os manifestantes. Mais de 1 mil policiais foram destacados para a segurança do local. As câmeras de televisão cortaram as imagens da cena da invasão.
Fora do local da cerimônia, a polícia ainda prendeu outros manifestantes pró-direitos humanos no Tibete. O número permanece indefinido, mas fontes indicam que cerca de 20 pessoas foram detidas.
A previsão meteorológica indicava forte chuva no local nesta segunda e, por isso, o início da cerimônia foi antecipado em uma hora. Antes do acendimento da tocha, dirigentes, como o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Jacques Rogge, e políticos se pronunciaram sobre os Jogos.
"A tocha une os atletas aos cidadãos de todo o mundo, tem a força de unir a humanidade e representa a harmonia. Durante o revezamento, todos estarão em contato com sua força e os valores que representa", disse Rogge em seu discurso. "Hoje abrimos o caminho para os primeiros jogos na China. Espero que a missão seja cumprida."
A chama foi acesa por volta das 6h50 (horário de Brasília) e vai iniciar sua peregrinação pelo mundo. A tocha vai chegar a Pequim no dia 8 de agosto, para a cerimônia de abertura dos Jogos.
Usando os raios do sol e um espelho côncavo, a atriz Maria Nafpliotou, no papel de uma sacerdotisa, foi a responsável por acender a tocha no Templo de Hera. O grego Alexandros Nikolaidis, medalha de prata no taekwondo nos Jogos de Atenas-2004, foi o primeiro atleta a carregar a chama.
Minutos depois, uma mulher tibetana com o corpo pintado de vermelho deitou na frente de Nikolaidis no início do revezamento da tocha. Enquanto isso, pessoas gritaram "Free Tibet" ("Tibete livre") e "Shame on China" ("Vergonha").
"É sempre triste ver esse tipo de protestos. Mas eles não foram violentos e eu penso que isso é importante", disse Rogge.
*atualizada às 8h44