UOL Olimpíadas 2008 Notícias

12/03/2008 - 09h02

Com auto-estima elevada, taekwondo prega briga por pódio em Pequim

Fernanda Brambilla
Em São Paulo
As três medalhas conquistadas nos primeiros torneios da temporada deram novo fôlego ao taekwondo brasileiro no início do ano olímpico. Se no ano passado a modalidade voltou a levar a medalha de ouro pan-americana depois de 16 anos, o pódio nos Jogos de Pequim surge aos olhos dos lutadores como a próxima etapa natural a ser cumprida.

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"Vamos para a Olimpíada brigar por medalha, não tem essa de ir para competir. Estamos no mesmo nível das potências, com grandes chances de subir ao pódio", afirma o técnico Carlos Negrão. "O Pan foi um divisor de águas para o taekwondo brasileiro."

Além do discurso confiante, as primeiras medalhas - uma prata de Natália Falavigna e bronze para Márcio Wenceslau em Hamburgo, e bronze de Débora Nunes em Pequim - cumpriram a tarefa de elevar o moral após as sofridas finais nos Jogos Pan-Americanos do Rio, quando tanto Wenceslau quanto Natália perderam seus ouros.

"Essas medalhas não eram esperadas, mas vieram em um momento muito especial. Além de elevar a auto-estima dos lutadores, dá segurança aos nossos patrocinadores", revela Negrão.

Para o coordenador-técnico da delegação, Mauro Hideki, a chance de medalhas é igual com os três atletas, e nem mesmo o currículo de Natália Falavigna, campeã mundial em 2005, a põe em patamar diferenciado em relação aos colegas. "O nível deles é igual. Estão no mesmo patamar, com as mesmas chances", diz.

Para a novata Débora Nunes, porém, a primeira medalha teve valor especial. "Foi a primeira vez que estive em Pequim, então serviu para eu deixar o deslumbramento de lado", admitiu a atleta. "Me espelho muito na Natália e no Márcio, então estou tentando me adaptar a tudo o mais rápido possível, porque sei que nesse aspecto estou em desvantagem."

Em defesa da lutadora, o técnico da equipe minimizou a falta de bagagem internacional de Débora. "Ela está crescendo muito rápido, e experiência é apenas um aspecto em tantos que influenciam em um combate. Para ela, as coisas ainda são novidade, mas ela é a mais experiente entre as meninas da categoria dela", justificou Carlos Negrão.

Para Falavigna, mais experiente do grupo, se ateve a um discurso contido. Quarta colocada em Atenas-2004, ela prefere não fazer projeções. "Ainda estamos no início da nossa preparação. Precisamos aproveitar o tempo de treinos internacionais como esse para tentar absorver o maior número de situações possível, diversificar", diz ela. "O mais importante é manter o foco em mim, no que eu preciso fazer e melhorar."

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