O Comitê Organizador da Rio-2016 não pagou todas as contas de luz do Maracanã durante o período em que usou o estádio por conta da Olimpíada. Por causa disso, a Maracanã SA, concessionária que administra o complexo esportivo, recebeu nesta semana uma cobrança de R$ 1,2 milhão da Light, distribuidora de energia do Rio de Janeiro.

Junto com a cobrança, a Light enviou à Maracanã SA, empresa controlada pela Odebrecht, um aviso de corte do fornecimento de energia do estádio. A Maracanã SA já avisou o governo do Estado do Rio sobre a pendência em busca de uma solução.

"A concessionária confirma o recebimento do aviso de corte e informa que encaminhou o assunto ao governo", declarou a Maracanã SA em nota enviada ao UOL Esporte.

No próximo dia 23, o estádio do Maracanã voltará a receber um jogo de futebol entre clubes do país. Flamengo e Corinthians vão se enfrentar pela 32a rodada do Brasileirão.

O Maracanã está sob a gestão do Comitê Rio-2016 desde março. O espaço recebeu as cerimônias de abertura e encerramento dos Jogos do Rio e também partidas olímpicas de futebol. No período olímpico, as contas de manutenção da arena ficaram sob a responsabilidade do comitê organizador.

Acontece que ao menos uma parte dessas contas não foi paga. A Light informou em nota que está em negociação com o Comitê Rio-2016 para o acerto de faturas de luz de espaços usados na Olimpíada vencidas ainda no mês de setembro.

"A Light está em entendimentos com o Rio-2016 para negociar a quitação dos débitos correspondentes às contas de energia do comitê, vencidas em setembro de 2016", informou a distribuidora.

O próprio Comitê Rio-2016 confirma essa negociação, mas nega qualquer possibilidade de corte de energia no Maracanã. Segundo o órgão, há conversas em andamento para revisão geral de todas as contas da Rio-2016 com a Light ainda em aberto. Quando esse processo acabar, todas a pendências serão pagas.

O Comitê Rio-2016 passa por uma crise financeira. Antes da Paraolimpíada, órgão precisou pedir ajuda do governo para arcar com as despesas do evento. Ao fim dos Jogos, foi alvo de ações judiciais por falta de pagamento de seus fornecedores.

Na semana passada, funcionários de uma empresa terceirizada protestaram na porta do comitê organizador. Segundo eles, como o Rio-2016 não pagou pelos serviços de sua empregadora, os salários dos trabalhadores não foram pagos.

O Comitê Rio-2016 informa que cerca de 20 mil fornecedores do órgão ainda precisam ser pagos. A entidade disse que todos os pagamentos serão efetuados.