Ministro ignora metas e comemora evolução do Brasil na Rio-2016
Vinicius KonchinskiDo UOL, no Rio de Janeiro
O investimento público de mais de R$ 3 bilhões no esporte olímpico e paraolímpico brasileiro não serviu para que o país alcançasse as metas de medalhas estabelecidas para a Rio-2016. O Brasil não conseguiu terminar a Olimpíada entre os dez países com mais pódios e também não encerrará a Paraolimpíada no top 5 do ranking de resultados. Mesmo assim, o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, disse estar satisfeito com o desempenho de brasileiros.
"Nossa avaliação é que a participação olímpica e paraolímpica foi positiva", disse ele, em entrevista coletiva concedida neste domingo (18), último dia dos Jogos Rio-2016. "Conquistamos medalhas inéditas na Paraolimpíada. Houve uma evolução."
A evolução, segundo o ministro, é o melhor critério de avaliação para o desempenho da equipe olímpica e paraolímpica brasileira. Apesar de o próprio governo ter incluído metas de resultados no programa Brasil Medalha, lançado ainda em 2012, essas metas foram ignoradas pelo ministro no domingo. "O ministério adota como critério de avaliação a evolução nos resultados nos Jogos", afirmou ele.
Tanto na Olimpíada como na Paraolimpíada, o Brasil conseguiu um número recorde de medalhas. Foram 19 nos Jogos Olímpicos e 72 já conquistadas na Paraolimpíada (o número ainda pode aumentar já que o Brasil ainda disputa uma medalha no atletismo neste domingo).
Na Paraolimpíada, especialmente, o número de medalhas de ouro decepcionou (foram 14, contra 29 e prata e outras 29 de bronze). Por conta disso, o Brasil está em oitavo no quadro de medalhas e não em quinto, como o esperado. Na Olimpíada, o Brasil ficou na 13a colocação no quadro de medalhas.
Meta é melhorar em Tóquio-2020
O ministro disse que o governo vai manter investimentos para que o Brasil conquiste ainda mais medalhas nos Jogos de Tóquio, em 2020. Em 2017, entretanto, seu ministério deve perder quase a metade de seu orçamento. A proposta das contas governamentais enviada pelo Ministério do Planejamento do Congresso Nacional aponta que os recursos da pasta cairão de R$ 1,72 bilhão para R$ 960 milhões.
Picciani disse que a queda não atrapalhará os planos do ministério. Afirmou que a redução no orçamento está ligada ao fim das obras olímpicas. Ratificou que programas de apoio à preparação de atletas terão seus recursos garantidos para 2017 e os outros anos do próximo ciclo olímpico.
"Não teremos que construir um Parque Olímpico, por exemplo. Os recursos que não constam do orçamento são aqueles que se destinavam as obras", explicou Picciani. "O recurso que sobra, tirando as obras, será 30% maior. Para os programas do ministério, teremos mais recursos do que no ano passado."