Dez paraolímpicos que ganharam tanto quanto Phelps no Rio
Do UOL, em São PauloMichael Phelps foi o dono dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Com seis medalhas, cinco delas de ouro, ninguém subiu ao pódio mais vezes que o nadador. Na Olimpíada. Porque, se você olhar para os medalhistas dos Jogos Paraolímpicos, seis medalhas são um feito bem mais comum. Conheça nove paraolímpicos que ganharam tanto quanto o norte-americano no Rio de Janeiro.
Daniel Dias (BRA) – 9 medalhas: 4 ouros, 3 pratas, 2 bronzes
Antes da abertura, veículos internacionais, como os jornais USA Today e The Telegraph e a rede de TV CNN, falavam com o brasileiro sobre a comparação. Ele era, para quase todo mundo, a resposta brasileira a Michael Phelps. O que ele fez nas piscinas foi ainda mais do que o norte-americano. Foram nove medalhas, seis delas individuais. Mais do que ser o maior medalhista dos Jogos do Rio, o brasileiro se tornou, também, o maior nadador paraolímpico da história, chegando aos 24 pódios – o antigo recordista era o australiano Matthew Cowdrey, com 23.
Maksym Krypak (UCR) – 8 medalhas: 5 ouros e 3 pratas
Até Londres-2012, a Ucrânia era uma potência paraolímpica graças a um centro de treinamento na Crimeia. A região, porém, foi tomada pela Rússia em um conflito armado e os paraolímpicos acabaram sem lugar para treinar. Aos 21 anos, Krypak mostrou que os problemas na preparação foram superados. Ele foi o grande nome do time da Ucrânia que terminou em terceiro lugar nos Jogos, com oito medalhas, cinco delas individuais. Ele compete na classe S10 da natação, para atletas com um dos membros inferiores amputados ou para paralisias cerebrais leves. É a mesma classe do brasileiro André Brasil.
Ievgeny Bogodaiko (UCR) – 8 medalhas: 3 ouros, 3 pratas e 2 bronzes
Segundo jovem ucraniano que tomou a natação da Paraolimpíada de assalto, Bogodaiko conquistou oito medalhas, seis em provas individuais (na classe S7, para atletas com mobilidade reduzida ou amputações mais sérias nas pernas). Em comum com Krypak, os dois estrearam em eventos internacionais no Rio de Janeiro, aumentando a surpresa pelas 16 medalhas em conjunto que a dupla conquistou. Bogodaiko, aliás, deveria estar um lugar acima na lista, bem ao lado de Daniel Dias com nove medalhas: ele estava na lista ucraniana do revezamento 4x100m livre 34 pontos, mas acabou fora da escalação final – a Ucrânia ficou com o ouro na prova.
Denys Dubrov (UCR) – 8 medalhas: 3 ouros, 3 pratas, 2 ouros
Completando o trio de ucranianos com oito medalhas da natação, Dubrov é o único que chegou aos Jogos conhecido pelo universo paraolímpico. Em 2015, ele ganhou duas provas (100m borboleta e 200m medley) no Mundial de Glasgow e já era favorito. Aos 27 anos, é o segundo nome da Ucrânia na classe S10 – a mesma de Krypak. Dubrov, porém, foi o único do clube das oito medalhas que disputou uma prova na Rio-2016 e saiu sem medalha: ele foi quarto colocado nos 100m livre (a mesma prova em que o Brasil fez dobradinha com André Brasil e Phelipe Rodrigues no 2º e no 3º lugar).
Ihar Boki (BLR) – 7 medalhas: 6 ouros, 1 bronze
Se Daniel Dias é o atleta com mais medalhas da Paraolimpíada, o posto de maior vencedor é de Boki. Foram seis ouros (além de um bronze), sempre em provas individuais. Aos 22 anos, é a segunda Paraolimpíada em que o nadador brilha. Em Londres-2012, foram seis medalhas e cinco ouros. O bielorusso compete na classe S13, para deficientes visuais. É a classe de numeração mais alta, que aceita atletas que tem alguma visão, mas são considerados legalmente cegos. Boki teve chances de classificação para os Jogos Olímpicos: em 2015, ele foi o mais rápido de seu país nos 200m e 400m livre – incluindo atletas sem deficiência.
Lakeisha Patterson (AUS) – 6 medalhas: 2 ouros, 3 pratas, 1 bronze
Primeira mulher da lista de maiores medalhistas, Lakeisha estreou nos Jogos Paraolímpicos com seis medalhas, o mesmo número de Phelps. Ela já tinha subido cinco vezes ao pódio no Mundial de 2015, em Glasgow. A australiana nada na classe S8 (os números de 1 a 10 englobam atletas com mobilidade reduzida, com classes mais altas sendo as de menor comprometimento), mas a classificação deve mudar nos próximos anos: além de paralisia cerebral, ela desenvolveu Mal de Parkinson precoce que está evoluindo.
Ellie Cole (AUS) – 6 medalhas: 2 ouros, 3 pratas, 1 bronze
Aos 24 anos, ela se aposentou do esporte em 2012, após seis medalhas nos Jogos de Londres, mas voltou atrás. “Em 2013, operei os dois ombros e o médico disse que eu nunca mais poderia nadar. Essa ideia me fez perceber que eu tenho muita sorte de poder competir. Por isso, fiz de tudo para voltar”, contou. A volta não poderia ser melhor, com o melhor desempenho da delegação australiana nos Jogos (ao lado de Lakeisha Patterson), com seis medalhas, duas de ouro.
Wenpan Huan (CHN) – 6 medalhas: 5 ouros, 1 prata
Nenhum país é tão forte nos Jogos Paraolímpicos quanto a China, mas só um chinês aparece na lista de maiores vencedores da Rio-2016. Na natação, o motivo é simples: os chineses optaram por mandar muito mais especialistas (atletas que competem em provas específicas) do que super-medalhistas. Huan, de 21 anos, foi uma das poucas exceções. Desconhecido antes do evento, ele ganhou cinco ouros com direito a recorde mundial. O nadador tem paralisia cerebral e compete na classe S3.
Jessica Long (EUA) – 6 medalhas: 1 ouro, 3 pratas, 2 bronzes
Aos 24 anos, Jessica chegou aos Jogos com 12 ouros olímpicos e 17 medalhas no total. Ela deixa o Rio com seis medalhas, mas longe da nadadora que dominou os pódios em Londres-2012 ou Pequim-2008. Nadadora da classe S8, ela nasceu na Rússia sem a fíbula, calcanhares e tornozelos. Por causa disso, foi deixada em um orfanato e adotada por um casal norte-americano.
Tatyana McFadden (EUA) - 6 medalhas: 4 ouros, 2 pratas
Tatyana igualou Phelps no último dia no Rio de Janeiro. Foram sete provas e seis medalhas em solo carioca. A última delas veio na maratona neste domingo, uma prata.