Paraolimpíadas

Encerramento dos Jogos é marcado por emoção e homenagem a iraniano morto

REUTERS/Carlos Garcia
Bahman Golbarnezhad foi homenageado no encerramento da Paraolimpíada-2016 imagem: REUTERS/Carlos Garcia

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

Chegou ao fim a Paraolimpíada do Rio de Janeiro. Neste domingo, em um Maracanã cheio, mas com um público menor que o presente na abertura, os torcedores puderam presenciar uma cerimônia de encerramento recheada de emoção dos Jogos Paraolímpicos Rio-2016. Um dos destaques foi a homenagem feita ao ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad, que morreu no último sábado durante a prova de ciclismo de estrada.

"Antes de começar, quero mandar uma mensagem aos atletas do Irã e aos familiares do ciclista Bahman Golbarnezhad, que faleceu na prova de ciclisto ontem (sábado). Nossas orações estão com vocês, sentimos muito sua perda", disse Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, antes de começar seu discurso.

REUTERS/Ricardo Moraes
Carlos Arthur Nuzman durante seu discurso imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

"Missão cumprida! Realizamos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos espetaculares. Esse Brasil, que amamos tanto, mostrou ao mundo do que somos capazes. Toda essa celebração começou com um sonho, fazendo o Rio uma cidade olímpica. Foram 20 anos na construção desse momento. Para muitos, era impossível. Para o Rio, e para o Brasil, não. O que era impossível aconteceu. Hoje estamos aqui, neste momento histórico, fechando um ciclo mágico. Rio, cidade olímpica e paraolímpica. O povo brasileiro mostrou responsabilidade, coragem, garra e muita determinação. Brasileiros nunca desistem!", completou Nuzman.

O presidente do COB ainda fez questão de elogiar tanto a Olimpíada quanto a Paraolimpíada antes de desejar sorte ao Japão. "Os Jogos Rio-2016 aproximaram mundos, venceram preconceitos. Terminamos essa jornada melhores como cidadãos, temos que ter muito orgulho. Ficarão para sempre na história do esporte mundial. Construiremos nosso futuro inspirado nos atletas. Parabéns, Rio! Parabéns, Brasil! Boa sorte, Tóquio-2020! Muito obrigado", finalizou.

Na sequência, Sir Philip Craven, presidente do IPC (Comitê Paralímpico Internacional, em inglês), reforçou as palavras do brasileiro e pediu o minuto de silêncio no Maracanã, respeitado pelos torcedores enquanto uma foto do paratleta era exibida no telão. Depois, fez questão de elogiar a Paraolimpíada-2016 e revelou que, de forma unânime, decidiram presentear o Rio de Janeiro, e o Brasil, com a Ordem Paraolímpica, uma honraria especial.

Confira os melhores momentos da cerimônia de encerramento:

Gabby Amarantos e tradutor do Google dão o pontapé inicial

REUTERS/Ricardo Moraes
Voz do "tradutor do Google" participou de toda cerimônia de encerramento imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

Acompanhada de um grupo de percussionistas formado por deficientes auditivos, a cantora Gabby Amarantos foi a responsável pela contagem regressiva da cerimônia de encerramento dos Jogos. Assim que o relógio zerou, aconteceu a primeira "participação" da famosa voz do tradutor do Google, responsável por anunciar, em inglês e português, todas as apresentações programadas para esta noite. Depois, Johnatha Bastos, jovem que nasceu sem os dois braços, animou o público tocando teclado com os pés ao lado do guitarrista Andreas Kisser, do Sepultura.

Hino brasileiro e entrada dos porta-bandeiras

Atsushi Tomura/Getty
Saulo Laukas foi o responsável por interpretar o Hino Nacional Brasileiro imagem: Atsushi Tomura/Getty

Autista e deficiente visual, Saulo Laukas foi o responsável por interpretar o Hino Nacional Brasileiro no Maracanã. Na sequência, apenas os porta-bandeiras entraram no estádio, já que boa parte dos atletas já estavam posicionados dentro do campo antes mesmo da cerimônia de encerramento começar. Ricardinho, melhor jogador de futebol de cinco do mundo e autor do gol que deu o tetracampeonato do Brasil no Rio, foi escolhido como porta-bandeira brasileiro.

Viva a biodiversidade, e "Fora Temer"

AP/Mauro Pimentel
Nação Zumbi se apresentou no Maracanã imagem: AP/Mauro Pimentel

"A biodiversidade que nos envolve é extremamente poderosa, representando um espelho para a humanidade. A força do nosso som encontra-se na mistura de diferentes origens, e bate em um único ritmo". Foi a frase utilizada pelo Comitê Paraolímpico Brasileiro para celebrar a biodiversidade, que ainda convidou três atrações musicais para esse momento.

Nação Zumbi, então, subiu ao palco para celebrar a biodiversidade do país. Entre as músicas cantadas pelo grupo estavam "Maracatu atômico", "Quando a maré encher" e "Praieir"”, de Chico Science. Nesta última, o guitarrista da banda aproveitou para mostrar atrás de seu instrumento uma mensagem de "Fora Temer", que ficou no telão do estádio por cerca de um segundo.

Na sequência, Vanessa da Mata cantou "Conto de Areia", "Por onde ando tenho você" e o sucesso "Ai ai ai", escrita por ela e Liminha. Por fim, Céu fechou as apresentações com "Baião da Penha”, "Varanda suspensa" e “Os grilos”.

Homenagem aos voluntários

Divulgação / CPB
Voluntários foram homenageados no palco principal do Maracanã imagem: Divulgação / CPB

Assim como na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, representantes dos voluntários receberam flores como forma de agradecimento pelo Comitê. Ao fundo, Saulo Fernandes, outro músico convidado, aproveitou para embalar o clima de emoção no Maracanã interpretando "One Love", de Bob Marley.

Pira paraolímpica é apagada, e Ivete Sangalo encerra festa

REUTERS/Sergio Moraes
Pira paraolímpica foi apagada no Maracanã imagem: REUTERS/Sergio Moraes

Acesa desde o dia 7 de setembro, a pira paraolímpica foi finalmente apagada no Maracanã. Na sequência, Ivete Sangalo subiu ao palco para finalizar a Paraolimpíada do Rio de Janeiro. Vestida toda de branco, a cantora baiana interpretou os hits "A paz", "O farol", "Sorte Grande" e "Tempo de alegria", além do "Tema Paralímpico", ao lado do britânico Callum Scott.

Topo