Biles rebate hackers e revela tratamento de DDA; Venus se defende
Do UOL, em São PauloDepois dos vazamentos de documentos promovidos pelo grupo russo de hackers Fancy Bear na terça-feira (13), a ginasta Simone Biles e a USA Gymnastics, organização responsável pela ginástica norte-americana, foram a público por meio do Twitter para se defenderem das suposições de que a maior estrela do esporte nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro competiu dopada.
Segundo os dados divulgados, Biles teria testado positivo para metilfenidato durante a Rio-2016. Em comunicado, a USA Gymnastics argumentou que a ginasta obteve a documentação necessária para uso terapêutico de medicamentos que fazem parte da lista de drogas proibidas da Associação Mundial Antidoping (Wada).
“Simone arquivou a documentação requerida pela agência antidoping dos EUA (Usada) e Wada e não há violação. A federação internacional de ginástica, o comitê olímpico dos EUA e Usada confirmam isso. Simone e todo mundo na USA Gymnastics acreditam na importância de condições iguais para todos os atletas”, disse Steve Penny, presidente da USA Gymnastics.
Em seu Twitter pessoal, a ginasta disse usar medicações para tratar do déficit de atenção e hiperatividade (DDA), condição crônica com a qual ela convive desde jovem.
”Eu tenho DDA (déficit de atenção e hiperatividade) e tomo medicamentos para isso desde criança. Por favor saibam, eu acredito no esporte limpo, sempre segui as regras e vou continuar a segui-las, pois fair play é crítico para o esporte e muito importante para mim.”
”Ter DDA e tomar remédio para isso não é nada que me deixe envergonhada ou com medo que outras pessoas saibam”, completou.
Biles foi uma das sensações da Rio-2016 ao conquistar medalhas de ouro no salto, solo, individual geral e geral de equipes, além de um bronze na barra de equilíbrio. Todas as conquistas atraíram muita atenção a ela, que foi a escolhida pelo comitê americano a desfilar como porta-bandeira do país na cerimônia de encerramento dos Jogos.
Venus Williams se manifesta em comunicado
A Venus Williams se disse "desapontada" com as suposições criadas a partir do vazamento dos documentos. Um comunicado divulgado pela WTA trouxe o posicionamento da tenista.
"Fiquei decepcionada ao saber que meus dados médicos e privados foram comprometidos por hackers e publicados sem minha permissão. Eu segui as regras estabelecidas pelo Programa Antidoping de Tênis ao pedir e receber ‘exceções terapêuticas’. Os pedidos das exceções do Programa Antidoping de Tênis requerem um processo rigoroso de aprovação que eu aderi quando sérias condições médicas ocorreram", se defendeu a tenista.
"As exceções publicadas no relatório hackeado foram analisadas por um grupo independente e anônimo de médicos, aprovadas por motivos médicos legítimos. Eu sou uma das maiores apoiadoras na manutenção do alto nível de integridade nos esportes competitivos e tenho sido altamente disciplinada ao seguir as regras estabelecidas pela Associação Mundial Antidoping (Wada), a agência antidoping dos EUA (Usada), a Federação Internacional de Tênis (ITF) e o Programa Antidoping do Tênis", concluiu.
Além dela e de Simone Biles, a tenista Serena Williams e Elena Della Donne, da seleção feminina de basquete, foram vítimas dos documentos vazados.