Financiado por torcedores, neozelandês é ouro e bate recorde mundial
BBC BrasilO neozelandês, de 22 anos, começou a treinar mais seriamente há apenas três anos. O que sobrava em paixão pelo esporte faltava no bolso: Malone não tinha dinheiro para comprar um prótese de competição de ponta. Sua solução foi fazer uma vaquinha pública, com direito a um apelo em um programa de TV.
A resposta foi categórica: Malone arrecadou o equivalente a US$ 20 mil e adquiriu o equipamento de competição - este tipo de prótese difere das comuns tanto no desenho quanto no uso de materiais mais leves.
O resultado: em apenas uma temporada, sua marca nos 100 m caiu de 12s06 para 11s08, por exemplo. "Sem essa prótese, eu só estaria correndo na casa de 15s", disse Malone pouco antes da viagem para o Rio.
Ainda assim, ele teve resultados modestos no Mundial de Atletismo do ano passado, terminando em quinto nos 100 m e em sexto nos 200 m, com um tempo (22s14) que nada sugeria o voo na pista do Estádio Olímpico na segunda-feira. Nos 100 m, Malone só ficou atrás do britânico Johnny Peacock.
"Eu não estaria aqui sem ajuda das pessoas que investiram em meu sonho. Meu coração está transbordando de gratidão", disse Malone na segunda-feira.
O neozelandês também se aproveitou dos desfalques: Pistorius atualmente cumpre prisão pelo homicídio da namorada, a modelo Reeva Steenkamp. Já o brasileiro Alan Fonteles, campeão paralímpico dos 200 m em Londres, chegou a Rio longe de sua melhor forma e sequer chegou à final dos 100 m e 200 m.
A exemplo de Pistorius, Malone nasceu com hemimelia fibular, defeito de formação que forçou a amputação de suas pernas ainda bebê.
O neozelandês agora é um dos favoritos para os 400 m, cujas eliminatórias começam na quarta-feira.