'Espero que possa me ver com carinho novamente', diz Alan sobre dirigente

Ouro em Londres-2012, Alan Fonteles não conseguiu ter o mesmo desempenho na Paraolimpíada do Rio e deixou a competição sem medalhas nas provas individuais. Nesta segunda-feira, porém, ele garantiu a prata no revezamento 4x100 ao lado de mais três brasileiros e respondeu às declarações do presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro, Andrew Parsons, que condicionou os resultados além do esperado do atleta ao ano sabático tirado em 2014, quando o atleta parou de treinar e engordou.

“De certa forma ele é meu chefe. Concordo com o que ele disse. Eu ainda não vi a entrevista, mas ele tem autonomia e autoridade para falar sobre isso. Já está no movimento paraolímpico há muito tempo e eu tenho só que respeitar a opinião dele assim como eu respeito de outros atletas e outras pessoas. Pode não ter vindo a medalha de ouro nas provas individuais, mas espero que com essa prata ele possa me ver com carinho novamente e diga: ‘Poxa, o Alan vai chegar em Tóquio e vai chegar bem’, declarou.

A entrevista de Andrew Parsons foi dada ao Sportv, onde o dirigente salientou que o brasileiro precisará repensar sua carreira para chegar na Paraolimpíada de Tóquio, em 2020.

“Acho que depois da participação dele aqui (no Rio), ele precisa repensar algumas coisas, algumas escolhas que ele fez, já que o potencial está ali. Ele é muito veloz. Ele conquistou de uma forma extraordinária (o ouro em) Londres, mas não foi uma única vez. Ele ficou ainda mais forte. Esse 20s66 foi no Mundial do ano seguinte. Londres não foi um acaso. O Alan é um grande atleta (...). É preciso repensar, colocar a cabeça no lugar, tomar decisões mais acertadas. Ele ainda tem idade para ir a Tóquio. Mas vai precisar realmente encarar o ciclo Tóquio”, disse na ocasião.

Alan Fonteles, no entanto, não demonstrou mágoa e garantiu ter uma grande amizade com Parsons.

“Eu e o Andrew temos uma amizade muito grande. Em Londres, quando eu ganhei, foi dele que eu peguei a bandeira para sair comemorando. Em 2013, no Mundial, foi ele que me entregou a medalha de ouro. Eu tenho um carinho especial por ele e ele tem autoridade suficiente para falar sobre isso. Respeito a posição dele”, declarou.

'Lavei a alma'

Apesar de não repetir o mesmo desempenho de Londres, Alan Fonteles saiu satisfeito por ter conquistado a prata no revezamento. O velocista valorizou a conquista em casa.

"Sem dúvida, lavei a alma. Eu vim em busca de medalhas. Vim para correr os 100m, 200m, 400m... Infelizmente ontem (11) me machuquei. Estou aqui com bandagem na perna. Estou todo remendado para poder correr a final do revezamento. Não entrei nas outras finais, mas conquistar uma medalha em casa, sem dúvida, vale muito. Estou muito feliz com a medalha de prata no revezamento", destacou.

Por conta da lesão na coxa direita, Alan Fonteles não disputará os 400 metros rasos.