Paraolimpíadas

Por que as Paraolimpíadas distribuem mais medalhas do que as Olimpíadas?

REUTERS/Ricardo Moraes
Odair Santos conquista medalha de prata na Paraolimpíada do Rio imagem: REUTERS/Ricardo Moraes

Felipe Pereira

Do UOL, em São Paulo

Mesmo com menos esportes em disputa, as Paraolimpíadas distribuirão 222 pódios a mais do que as Olimpíadas. No total, 528 ouros serão distribuídos até o final das competições, no domingo (18).

A diferença existe porque a mesma prova tem várias categorias nos Jogos Paraolímpicos, justamente para separar os concorrentes conforme a deficiência: cegos, cadeirantes, limitação nas pernas e outras.

Para se ter uma ideia, a prova dos 100 m livres na natação tem 10 categorias somente para mulheres. No atletismo, a oferta é ainda maior e os 100 metros rasos possuem 16 provas masculinas. O sistema de separação conforme a deficiência é chamado de classificação funcional.

O Comitê Paralímpico Brasileiro informou que as classes foram criadas para que os atletas tenham uma competição justa, disputando com esportistas que têm deficiência ou limitação semelhante. A intenção não é apenas fazer uma distinção por problema físico ou mental, mas nivelar a capacidade de cada esportista.

Há também modalidades em que somente atletas com características específicas podem participar. O vôlei sentado aceita amputados e pessoas com limitação motora. O futebol de 5 é disputado por equipes formadas por cegos.

Por causa da classificação funcional, as Paraolimpíadas distribuem 528 pódios em 23 esportes. As Olimpíadas de Rio de Janeiro tiveram 39 modalidades e entregaram 306 ouros.

Como é feita a classificação?

O encaixe de um atleta em determinada classificação ocorre depois de uma análise. A primeira etapa é baseada em seis tipos de deficiência: amputados, lesão na medula, paralisia cerebral, deficiência mental, deficiência visual e outros casos.

Em seguida, a federação internacional de cada esporte faz um trabalho mais específico que mede as capacidades físicas dos atletas. São avaliados itens como a potencial muscular, amplitude de movimentos, comprimento de pernas e braços, coordenação, capacidade intelectual e de visão.

O resultado gera um número e quanto menor ele for, maior é a limitação do esportista. A classificação de cada esportista é revisada periodicamente porque alterações podem ocorrer, como certamente acontece em doenças progressivas.

A letra remete ao termo em inglês como S para natação (swimming, natação em inglês) ou T para corridas de velocidade (track, pista em inglês). Um exemplo da combinação é o judô para deficientes visuais, que tem as classificações:

B1 –de nenhuma percepção em ambos os olhos até a percepção de luz sem reconhecer o formato de uma mão a qualquer distância.

B2 – Lutadores que têm a percepção de vultos.

B3 – Lutadores conseguem definir imagens. 

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