Paraolimpíadas

Paetê, foto e polêmica: adereço de atletas cegos é atração na Paraolimpíada

AP Photo/Emilio Morenatti
Terezinha Guilhermina e sua venda colorida e artesal durante a prova imagem: AP Photo/Emilio Morenatti

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

Quem acompanha as competições de deficientes visuais na Paraolimpíada já percebeu que as vendas sobre os olhos dos atletas são um atrativo à parte. Fotos de familiares e enfeites extravagantes com paetês costumam chamar a atenção do público. O adereço, no entanto, também causa polêmica e quase deu o ouro a Odair dos Santos nesta quarta-feira, quando o comitê brasileiro acusou o queniano vencedor Samwel Kimani de correr com o utensílio fora do lugar. O recurso foi negado.

Odair, aliás, é adepto das fotos de parentes. Em seus óculos ele carrega as filhas Julia (4 anos) e Milena (2 anos). "Minhas filhas correm comigo na lente e no coração. Hoje não ia ser diferente. Quero aproveitar e mandar um beijo para elas. Elas têm muita participação nesta medalha", declarou após a prata.

Em relação ao concorrente que ficou com o ouro, o brasileiro tomou conhecimento da irregularidade da venda do queniano através de seu guia e fez a denúncia.

“Um dos quenianos correu com a venda suspensa (Samwel), quase na testa”, disse Odair (veja a foto do queniano com a venda abaixo).

Marcelo Regua/MPIX/CPB
imagem: Marcelo Regua/MPIX/CPB

A extravagância fica por conta de Terezinha Guilhermina. A brasileira, tricampeã olímpica como velocista, não economiza no uso de paetês e cores chamativas. Sua venda se tornou uma marca tão registrada que foi alvo de uma ação publicitária em um evento extraoficial que aconteceu no Rio de Janeiro, onde ela correu ao lado do astro jamaicano Usain Bolt.

Na ocasião, uma montadora de carros estampou sua marca no utensílio da atleta. Na Paraolimpiada, porém, não se é permitido usar marcas de patrocinadores.

Entre as companheiras de pista o objeto também faz sucesso e, vez por outra, algumas são presenteadas por Terezinha, que escolhe o adereço com a ajuda de seus guias e sua irmã.

Já os estrangeiros costumam ser um pouco mais comedidos. Alguns optam pelas bandeiras ou cores de seus respectivos países ou atuam com a venda padrão das competições.

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