Paraolimpíadas

IPC fala em vaias consistentes a Temer e comemora tática para anulá-las

AFP/OIS/IOC/Al Tielemans
Presidente Michel Temer acompanha a cerimônia de abertura dos Jogos Paraolímpicos imagem: AFP/OIS/IOC/Al Tielemans

Daniel Brito

Do UOL, no Rio de Janeiro

O IPC (Comitê Paraolímpico Internacional, na sigla em inglês) classificou as vaias ao presidente Michel Temer na abertura dos Jogos Paraolímpicos como “consistentes”, na noite de quarta-feira, 7, no Maracanã. E celebrou a tática para anulá-las durante o discurso do presidente do IPC, Sir Philip Craven.

“As vaias foram no final do discurso do presidente do IPC. Houve vaias consistentes no discurso de Carlos Nuzman, quando o governo federal foi citado. Mas, olhe, este país passou por uma série de incertezas políticas, e as pessoas têm o direito de ter sua opinião. De nossa parte, ficamos felizes que Sir Philip Craven continuou com seu discurso mesmo com as vaias, porque isso ajudou a anular as vaias e os coros rapidamente”, disse Craig Spence, diretor de comunicação do IPC.

O curioso é que Sir Craven utilizou uma tática inversa a de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador dos Jogos do Rio-2016. Em seu discurso, o cartola brasileiro agradeceu o apoio do governo federal e sua voz foi imediatamente abafada pelo coro de “Fora, Temer” e seguido de vaias. Nuzman calou-se, não pediu silêncio e nem respeito ao momento, apenas esperou que a multidão se calasse. Durou mais de dois minutos.

Essa foi a segunda das três vezes em que o presidente foi hostilizado pelo público no Maracanã.

Temer foi vaiado e ouviu coro de “Fora, Temer” antes mesmo do início, que durou pouco mais de 10 segundos. A segunda, a maior, ocorreu durante o discurso de Nuzman. A terceira ocorreu quando Sir Philip Craven anunciou o nome de Temer para declarar abertos os Jogos Paraolímpicos do Rio-2016.

A voz do Presidente da República mal pôde ser ouvida no sistema de som do estádio.

Temer deixou o Maracanã mais de uma hora antes do fim da cerimônia, acompanhado da mulher, Marcela, sem ver o acendimento da pira paraolímpica.

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