Atletismo

Por que reencontro Braz x Lavillenie não é só simples revanche pro francês

Twitter/Reprodução
Thiago Braz, Renaud Lavillenie e Sergei Bubka imagem: Twitter/Reprodução

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Duas semanas após protagonizarem um dos principais duelos da Olimpíada do Rio, o campeão Thiago Braz e o vice Renaud Lavillenie voltarão a dividir a mesma pista. Eles competirão nesta quinta-feira na etapa de Zurique (SUI) da Liga de Diamante, o maior circuito de atletismo do planeta.

O reencontro, a partir das 13h45 (de Brasília) tem elementos esportivos e emocionais que não fazem dele apenas uma primeira revanche para o saltador francês, mas também um indicador dos novos caminhos que os rivais terão pela frente.

Aproximação após vaias, choro e papo com lenda 

Na prova que valeu o título olímpico para Braz, a torcida vaiou muito Lavillenie, que passou a ser tratado como um inimigo. Isso abalou o emocional do francês, que não conseguiu conter as lágrimas no pódio ao receber a medalha de prata no dia seguinte à disputa, de novo sob vaias.

A situação constrangedora que gerou críticas do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, serviu também para quebrar uma barreira existente no relacionamento entre os dois saltadores. O lendário Sergey Bubka reuniu ambos para um bate-papo, no qual Braz consolou o rival.

Desde então, não se encontraram mais, o que acontecerá nesta quinta. Fica a expectativa de se continuarão inimigos na pista e se a conversa orquestrada por Bubka teve algum efeito duradouro. Terão a partir do primeiro encontro uma relação amigável ou só cumpriram protocolo naquele encontro?

Brasileiro passa a ser o alvo dos demais competidores

Se até a Olimpíada Braz era tido como um concorrente a mais na disputa, agora ele passa a ser o homem a ser batido por causa de seu desempenho na Rio-16 que lhe valeu não somente o ouro como também o recorde olímpico. Por ser sua primeira competição desde o título, certamente estará no centro dos holofotes.

O novo status do brasileiro é algo que pode mudar sua relação com os companheiros? Estará muito diferente ao ser um dos grandes protagonistas?

Vai conseguir saltar de novo acima de seis metros?

Até seu grande desempenho na Olimpíada, na qual saltou para 6,03 m, Braz jamais havia superado a barreira dos seis metros em toda a sua carreira. Até então, o seu melhor desempenho em competições ao ar livre havia sido em 2015, quando fez 5,92 m. Em pista coberta, a melhor marca ainda é de 5,93 m. Sem tantos treinos desde o término de sua participação nos Jogos, terá um desafio a mais para superar novamente a marca dos seis metros.

Depois de garantir seu ouro, Braz ainda tinha a possibilidade de executar mais três saltos em sua inesquecível noite no Rio. Poderia tentar o recorde mundial, mas preferiu parar. Deixou para fazer isso na competição seguinte pra deixar ainda mais a marca de que veio pra ficar de vez?

Para quem irá a torcida?

Depois de um clima muito hostil para Lavillenie no Engenhão, o reencontro se dará em um território neutro, apesar da proximidade da Suíça com a França. Na semana passada, também na Suíça na etapa de Lausanne da Liga de Diamante, o francês foi ovacionado pelo público. Braz não estava presente na disputa. Pelo comportamento normal dos suíços não é de se esperar vaias. 

Os suíços apoiarão o competidor vizinho ou o campeão olímpico?

Lavillenie deve confirmar hepta da Liga de Diamante

Desde que a Liga de Diamante começou a ser disputada, em 2010, ninguém conseguiu desbancar Lavillenie. O francês foi o campeão das seis temporadas e caminha para sua sétima conquista. No ranking da temporada, faltando apenas mais duas etapas, ele soma 52 pontos, contra somente 30 do segundo colocado, o americano Sam Kendricks. Assim, garantirá o heptacampeonato se terminar ao menos na terceira colocação em Zurique. 

Topo