Paraolimpíadas

Chefe do Comitê Paraolímpico: 'Os olímpicos testaram. Nós recebemos pronto'

Buda Mendes/Getty Images
Vila Olímpica da Rio-2016: local foi usado nos Jogos Olímpicos e nas Paraolimpíadas imagem: Buda Mendes/Getty Images

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

Quando se falava em Vila dos Atletas durante os Jogos Olímpicos, era comum pensar em problemas de estrutura. Atletas australianos encontraram banheiros entupidos. Dirigentes argentinos entraram em apartamentos em que a luz não funcionava. Russos encontraram móveis quebrados logo que abriram a porta.

Nesta quarta-feira (31), é a vez dos atletas da Paraolimpíada (que começa no dia 7 de setembro) entrarem no local. Mas as preocupações são bem diferentes. “Acho que nós temos sorte pelas datas. Como os Jogos Paraolímpicos são realizados um mês depois, tudo o que tinha de dar errado na Vila deu com os atletas olímpicos. Nós vamos receber tudo pronto”, diz Philip Craven, presidente do Comitê Paraolímpico Internacional.

Esse detalhe, aliás, é intencional. Desde 1988 os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos são realizados no mesmo local. Com os eventos do paradesporto acontecendo depois, justamente para evitar que quem tem algum tipo de deficiência receba instalações em teste.

Nos dias que antecederam a Olimpíada, uma série de problemas foi detectada na Vila Olímpica. O local, que tinha sido entregue poucos dias antes pelas construtoras, apresentava falhas em instalações elétricas e hidráulicas. A solução foi criar uma força-tarefa para os reparos de emergência, com 650 profissionais trabalhando 24 horas por dia para fazer os ajustes necessários.

Para as Paraolimpíadas, isso não foi necessário. Isso não significa, porém, que não existam problemas. Em edições anteriores, os para-atletas receberam a Vila com alguns problemas causados pelos antigos moradores. “É preciso sempre lembrar aos atletas olímpicos que eles são apenas os primeiros hóspedes da Vila. Não os únicos. Eles precisam pensar que depois que eles usam os quartos, outros atletas, um mês depois, terão de usar as mesmas instalações”, fala Craven.

Ajuda, também, o fato de a população do local para os Jogos Paralímpicos ser muito menor. Durante a Olimpíada, quase 18 mil pessoas ficaram hospedadas por lá. Agora, a organização fala em seis mil pessoas.

A Vila dos Atletas foi montada em um empreendimento gigantesco construído na região do Recreio, no Rio de Janeiro. São 31 prédios de até 17 andares com 3064 apartamentos. Durante as Olimpíadas, o local contava com academia, refeitório e uma policlínica. Para as Paraolimpíadas, uma oficina de órteses e próteses foi adicionada. Além disso, os atletas com deficiência visual também poderão abrigar, nos apartamentos, seus cães-guia.

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