"Ela voltou e não consegui dar tchau", diz Arthur Nory sobre Biles

Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo
Reuters
Arthur Nory comemora conquista da medalha de bronze no exercício de solo nas Olimpíadas do Rio

Arthur Nory ajudou o Brasil a fazer história na ginástica artística ao garantir o bronze na final do solo durante os Jogos 2016. Pouco mais de dez dias depois, o atleta brasileiro falou sobre as estratégias para o novo ciclo olímpico e lamentou a falta de despedida à amiga Simone Biles, norte-americana que conquistou cinco medalhas no Rio de Janeiro.

Para se sentir próximo à atleta, Nory recorre às mensagens diárias. "A gente conversou bastante depois. Ela já voltou e não consegui dar tchau. Mas vou vê-la bastante. A gente se fala sempre, manda mensagem um para o outro", disse o ginasta de 22 anos.

Já de olho nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020, Nory afirmou que vai manter as atenções no individual geral, mesmo com o excelente resultado no solo. O ginasta ainda frisou que sonha com uma final na barra fixa.

"Vou continuar no individual geral. A Olimpíada só mostrou que minha especialidade não é só a barra fixa, não é só o solo. Vou continuar treinando individual geral até porque vamos precisar de generalista para a próxima Olimpíada. Mas ainda quero minha final olímpica na barra. Estou sonhando com ela", ressaltou.

Segundo Nory, os planos de buscar uma medalha na barra o atrapalharam durante a competição. "O único aparelho que eu via que tinha chance era solo. Mas veio a final na barra (no Mundial de Glasgow, em 2015) e passei a acreditar mais nelas. Vim para a Olimpíada pensando muito na barra. Ela estava bem na minha cabeça e isso pode ter atrapalhado um pouco", disse.

Nos Jogos de Rio, depois de garantir uma vaga na final do solo, Nory e seu técnico Cristiano Albino optaram por uma série mais complicada, a fim de buscar uma medalha inédita para o Brasil. No fim, ele ficou com o bronze e Diego Hypolito com a prata.
 
"Depois que você faz a série e vê que tem chance, há aquela expectativa se conseguiu ou não a vaga na final. Depois que consegui, fiquei muito feliz, conversei com meu técnico e mudei a estratégia para arriscar. Era tudo ou nada, final olímpica. Tem de disputar medalha, não só participar. Deu tudo certo", explicou Nory.