Atletismo

Thiago Braz torce para não ser vaiado quando enfrentar Lavillenie na França

Alexandre Cassiano/Nopp
Thiago Braz carrega a bandeira brasileira após ser ouro no salto com vara imagem: Alexandre Cassiano/Nopp

Guilherme Dorini

do UOL, em São Paulo

Ouro no salto com vara dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, Thiago Braz participou de um evento nesta quinta-feira no BM&FBOVESPA, seu ex-clube, onde recebeu uma homenagem pela conquista. Em entrevista aos jornalistas presentes, ele voltou a falar sobre o caso das vaiais ao rival Renaud Lavillenie e revelou que espera um comportamento diferente dos torcedores franceses em caso de uma disputa no país.

Quando perguntado se temia alguma represália em competições internacionais, Thiago não soube responder, mas deixou clara sua vontade. “Não sei. Vamos ver nos próximos anos como será o reconhecimento do público na França. Espero que não seja igual. Mas, quando for competir por lá, já vou entrar preparado para isso.”

O brasileiro ainda fez questão de lembrar que as vaias ao francês, de fato, prejudicam um atleta, ainda mais se ele não está preparado para aquela situação. “Prejudica, sim. Ainda mais se você é pego no susto, de surpresa, e está despreparado para o momento. Acaba atrapalhando psicologicamente, principalmente sua concentração”, completou.

Fabrice Coffrini/AFP
Lavillenie não gostou das vaias recebidas na Rio-2016 imagem: Fabrice Coffrini/AFP

Thiago também evitou falar diretamente da reclamação de Lavillenie e lembrou como foi na decisão. “Não posso dizer que ele exagerou, mas, ao mesmo tempo, penso que foi (um exagero). A torcida estava com ele no começo. Só no final, quando o público percebeu que eu estava crescendo, que começaram a me apoiar muito mais”, finalizou.

O brasileiro, que bateu o recorde olímpico saltando por cima dos 6,03 m, no entanto, ainda não tem nenhuma competição na França em seu radar. “Acho que só no ano que vem”, finalizou.

Durante a final, Lavillenie reclamou muito das vaias da torcida do Brasil durante a final do salto com vara na última segunda. O favorito francês errou seu último salto para 6,08 m e o ouro ficou com o brasileiro, que havia quebrado o recorde olímpico ao saltar 6,03 m minutos antes.

Na disputa, Lavillenie chegou a fazer sinal de negativo com as mãos ao ver como o público estava se comportando. O locutor do estádio chegou a pedir que a torcida parasse com as vaias, mas nem o silêncio momentâneo do Engenhão acalmou o francês, que culpou indiretamente o público pela perda do ouro.

Na saída, o europeu comparou a situação às vaias dos alemães nazistas ao americano Jesse Owens, velocista negro, nas Olimpíadas de 1936. Mais tarde, ele pediria desculpas pela associação infeliz.

Thiago Braz é ouro no salto com vara com recorde olímpico

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