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Polícia do Rio diz que Hickey, do COI, discutiu venda ilegal de ingressos

Tasso Marcelo/AFP
Presidente do comitê irlandês, Patrick Hickey foi preso e encaminhado para o Complexo Penitenciário de Bangu imagem: Tasso Marcelo/AFP

Da Reuters

A polícia disse nesta terça-feira ter descoberto e-mails entre Patrick Hickey, integrante detido do Comitê Olímpico Internacional (COI), e o chefe de uma empresa de ingressos, em que discutiam a venda ilegal de entradas para as Olimpíadas.

A polícia disse em uma entrevista à imprensa no Rio de Janeiro que também investigava documentos bancários em busca de evidências de lavagem de dinheiro associada ao esquema ilegal de ingressos.

Hickey, que era a principal autoridade europeia no COI, foi preso no Brasil na semana passada acusado de participar de venda ilegal de ingressos para os Jogos do Rio, que terminaram no domingo.

Três membros do Conselho Olímpico da Irlanda são suspeitos de envolvimento nas vendas ilegais, disse a polícia. Eles são o diretor-executivo Stephen Martin, o secretário-geral Dermot Henihan e o tesoureiro Kevin Kilty. Os três continuam no Brasil e tiveram os seus passaportes apreendidos pela polícia no domingo.

Um juiz brasileiro ordenou também a apreensão dos passaportes do presidente interino do Conselho Olímpico da Irlanda, Willie O?Brien, do vice-presidente John Delaney e da assistente pessoal Linda O?Reilly.

Nesta terça, mais cedo, um tribunal no Rio de Janeiro afirmou que não havia data marcada para que Hickey fosse ouvido. Ele deixou o cargo de chefe do Conselho Olímpico da Irlanda e todas as suas outras funções olímpicas por conta da investigação.

Hickey, um irlandês de 71 anos, está em uma prisão de segurança máxima no Rio, depois da operação policial na semana passada no seu hotel devido às suspeitas relacionadas a vendas ilegais.

A polícia alega que Hickey era parte de um esquema envolvendo a revendedora oficial da Irlanda de ingressos para os Jogos, a PRO10 Sports Management, que tem base em Dublin, e a empresa de hospitalidade esportiva internacional THG Sports.

Eles acusam a PRO10 de passar os ingressos para a THG Sports, que os vendeu ilegalmente por preços mais altos. Kevin Mallon, diretor da THG, foi preso neste mês no Brasil e agora divide a cela com Hickey na prisão.

A PRO10 e a THG negam ter cometido irregularidades. O advogado e Hickey em Dublin não respondeu a um e-mail da Reuters com um pedido por comentários.

O COI havia dito que Hickey seria levado a um juiz nesta terça-feira, mas o tribunal do Rio afirmou que nenhuma sessão havia sido programada.

A polícia disse que eles apreenderam mais de mil ingressos com a THG, que não é uma revendedora oficial, e um juiz ordenou a prisão de outros quatro executivos da THG sob a acusação de venda fraudulenta.

A THG diz que os ingressos estavam legalmente em seu poder em nome da PRO10.

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