Olimpíadas 2016

Top 13: Momentos estranhos, surpreendentes e memoráveis dos Jogos

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Piscina do polo aquático com a água verde imagem: Getty Images

Mauricio Stycer

Do UOL, no Rio de Janeiro

É sempre difícil escolher os momentos mais marcantes de uma Olimpíada. Esta lista privilegia o inesperado – aquelas situações que ninguém poderia imaginar antes da Rio-2016 começar. Inclui desde situações que preferíamos não ter visto, até outras incríveis, que não vamos nos esquecer nunca mais.

Um pouquinho de Brasil iá iá

Dominic Ebenbichler/Reuters
imagem: Dominic Ebenbichler/Reuters

1 - Primeira Olimpíada na América do Sul, a Rio-2016 será lembrada por alguns episódios que dificilmente ocorreriam em outro lugar. O nadador americano Ryan Lochte, por exemplo, teria a coragem de inventar a história que contou se estivesse em Londres ou Tóquio? Duvido muito. Até retrato-falado de um suposto assaltante foi feito da delegacia.

2 - E o que dizer da piscina cuja água ficou verde? Por quatro dias, a organização da Rio-2016 teve que responder, constrangida, a perguntas sobre a estranha cor de uma das piscinas do Centro Aquático Maria Lenk, local havia as disputas de salto ornamental e polo aquático. Um problema atribuído a manutenção terceirizada transformou a piscina em personagem da Olimpíada. A solução só veio depois que ela foi totalmente esvaziada.

3 - Outro episódio difícil de entender em um país democrático foi a proibição, revogada após alguns dias, de protestos políticos dentro das arenas olímpicas. Torcedores com cartazes pedindo “fora Temer” foram retirados de eventos, até que uma decisão da Justiça garantiu a liberdade de expressão em todos os locais. 

4 - Para um estrangeiro, também, deve ter sido estranho acompanhar partidas de basquete, vôlei e handebol nas quais torcedores brasileiros, em vez de apoiar ou apupar as equipes, se dividiam com gritos, de um lado, contra o presidente interino e, de outro, contra o PT. 

5 - Por falar em duelos verbais, a Rio-2016 será lembrada pela polêmica das vaias. A reação do francês Renaud Lavillenie à manifestação da torcida brasileira na prova do salto com vara quase abriu uma guerra entre as nações amigas do Brasil e da França. O atleta chegou a enxergar racismo e evocou o nazismo ao criticar os brasileiros. Depois se desculpou, mas o estrago estava feito. Foi vaiado novamente, no pódio, ao receber a medalha de prata. 

6 - Ver competições em horários estranhos não foi um privilégio da Rio-2016. A novidade aqui foi o papel da Globo no bizarro calendário. Para preservar as novelas de sua grade, a emissora conseguiu que partidas de voleibol fossem disputadas tarde da noite, terminando de madrugada. 

Brilho eterno

Alessandro Bianchi/Reuters
imagem: Alessandro Bianchi/Reuters

7 - Porta-bandeira da delegação de Tonga, Nikolas Pita Taufatofua entrou para a história da Rio-2016 por entrar no Maracanã sem camisa, todo besuntado de óleo. Quebrou a internet, como se diz. Treze dias depois, ao estrear no taekwondo, foi derrotado logo na estreia, por 16 a 1, para um lutador iraniano. “Demorei 20 anos para chegar aqui. Meu sucesso levou 20 anos e não aqueles minutos na cerimônia. Foram 20 anos de trabalho para ser escolhido porta-bandeiras”, disse. 

8 - Vários pedidos de casamento ocorreram durante os Jogos. Dois deles, protagonizados por casais gays, lembraram que a Rio-2016 foi um evento que se destacou pelo respeito e a tolerância. A jogadora brasileira Isadora Cerullo foi surpreendida após a cerimônia de premiação pela namorada Marjorie Enya, que é gerente de serviços do rúgbi. O britânico da marcha atlética Tom Bosworth pediu a mão de seu namorado, Harry Dineley, na Praia de Copacabana. 

Olimpíadas do Faustão

PAWEL KOPCZYNSKI/REUTERS
imagem: PAWEL KOPCZYNSKI/REUTERS

9 - A japonesa Risaki Kawai, de 21 anos, revolucionou em matéria de comemoração. Depois de ganhar uma medalha de ouro na luta livre, categoria de 63 quilos, ela abraçou seu técnico, Kazuhito Sakae, como seria de se esperar. Mas, em seguida, o derrubou com um golpe mortal. Sakae se levantou e a lutadora novamente o derrubou com violência. Ao final, ela pega uma bandeira do Japão, coloca o técnico nas costas e sai festejando pelo tatame.

10 - David Katoatau veio do Kiribati, um arquipélago de 105 mil habitantes no Pacífico. Mas a torcida no Rio o saudou como se ele fosse brasileiro. Não sem motivo. Ele deu show no levantamento de peso, encenando uma dancinha espetacular, como se estivesse em “Os Embalos de Sábado À Noite”, ao fim de cada tentativa. E depois ainda explicou: "Muitos nem sabem onde fica Kiribati. Uso o esporte e a minha dança para alertar sobre todos os lares perdidos com a elevação do nível do mar. Não sei quanto tempo vai levar para que tudo afunde. Não temos recursos para nos salvarmos", disse.

11 - O esgrimista francês Enzo Lefort não conseguiu ficar longe do celular nem na hora do jogo contra o alemão Peter Joppich no florete individual. Lógico que o aparelho acabou caindo no chão no meio da luta. Constrangido, e de rosto vermelho, ele deixou o telefone com um homem no meio da torcida. Na volta para o jogo, o francês acabou derrotado por 15 a 13.

12 - O brasileiro João Vitor de Oliveira protagonizou uma cena inusitada na eliminatória da prova de 110 metros com barreiras. Com a pista molhada, ele tropeçou na parte final da corrida, caiu e atravessou a linha de chegada deslizando de barriga, dando uma espécie de "peixinho". Surpreende é que, deste jeito, classificou-se para as semifinais com seu melhor tempo na temporada: 13s63.

13 - Uma nadadora chinesa ganhou o prêmio de atleta mais distraída da Rio-2016. Fu Yuanhui não viu seu nome entre os três primeiros listados no placar nos 100m e foi embora da piscina. Ao chegar na zona mista de entrevistas pensando que tinha ficado fora do pódio, foi informada por uma repórter, que havia conquistado a medalha de bronze empatada com outra atleta.

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