Olimpíadas 2016

Como fezes dos cavalos e óleo de cozinha dos Jogos serão úteis para o Rio

REUTERS/Jeremy Lee
Os cavalos vão ajudar as praças e parques do Rio a ficarem mais arborizadas após os Jogos imagem: REUTERS/Jeremy Lee

Luiza Oliveira

Do UOL, no Rio de Janeiro

Os Jogos Olímpicos do Rio tiveram como uma de suas principais bandeiras a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente desde a cerimônia de abertura. No Parque Olímpico, o conceito ecologicamente correto também foi empregado em larga escala com ações como a reciclagem de material não orgânico e o reúso da água.

A ideia é que alguns desses conceitos fiquem como legado após o fim das competições. Veja o que foi feito e o que ainda pode ser útil para o Rio de Janeiro.

Menor pira olímpica da histórica

Os Jogos do Rio tiveram a menor pira olímpica de todas as edições das Olimpíadas. A pira que está na praça Mauá, região portuária da capital carioca, foi feita em um tamanho reduzido para consumir menos combustível e emitir menos gases poluentes.

A ideia do Comitê era usar a chama como um gesto simbólico para conscientizar a população e para que as pessoas repensem sua forma de consumo. Além da pira, as 14 mil tochas que circularam pelo país também foram produzidas com alumínio reciclado.

Óleo da cozinha dos atletas vai virar sabão e biodiesel

Litros e litros de óleo de cozinha foram usados para o preparo da comida dos atletas na Vila Olímpica e dos espectadores do Parque Olímpico. Mas todo o óleo que seria descartado não vai para o lixo. Ele é captado para ser transformado em combustível biodiesel e em sabão em barra. O sabão substitui o detergente que é considerado altamente poluente. Segundo dados da Rio 2016, cada litro jogado na rede de água pode poluir até mil litros.

O projeto chamado Prove foi feito em parceria da Rio 2016 com o governo do estado. Em todas as cozinhas da Vila e do Parque Olímpico, foram colocados galões onde são depositados todo o óleo usado. Esse material é encaminhado para as cooperativas da Ecoponto que repassam para as indústrias.

Fezes dos cavalos viram adubo para praças

Os cavalos super premiados que passaram por Deodoro nas competições de hipismo e pentatlo moderno também deixarão um legado para o Rio de Janeiro. A Rio 2016 fez um projeto em parceria com a prefeitura do Rio de Janeiro para transformar as fezes dos animais em adubo que será usado na jardinagem de praças e parques da cidade.

Após as competições, o resíduo formado pelas fezes dos animais junto com a palha é recolhido e passa por um processo chamado compostagem, um tipo de reciclagem do lixo orgânico em que micro-organismos, como fungos e bactérias, são responsáveis pela degradação de matéria orgânica. O material gerado vira um adubo rico em nutrientes que será vendido para a prefeitura.

Aproveitamento de água da chuva

Uma forma de evitar o desperdício nos Jogos é o aproveitamento da água da chuva no Parque Olímpico. Em diversas instalações, a água da chuva é captada por calhas no telhado que a encaminham para uma cisterna. Durante as competições, a água foi usada para o resfriamento do ar condicionado de arenas ou para regar jardins.

Arenas vão virar escola

Depois das Olimpíadas, algumas arenas como o Parque Aquático e a Arena do Futuro serão desmontadas e transformadas em quatro escolas municipais, cada uma com capacidade para 500 alunos. Três ficarão na região da Barra e Jacarepaguá e uma em São Cristóvão. As arenas são feitas com estruturas temporárias em que quase todas as peças serão reaproveitadas. Desde as paredes até os pisos, tudo será usado nas novas construções. As peças ainda têm alças que facilitam o transporte. 

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