Atletismo

Cartola do atletismo evita polêmica com Isinbayeva e promete carta à russa

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Sebastian Coe, presidente da Iaaf imagem: REUTERS/Jason Lee

Fabio Aleixo e Gustavo Franceschini

Do UOL, no Rio de Janeiro

Manda-chuva do atletismo mundial, Sebastian Coe, presidente da Iaaf (Federação Internacional de Atletismo), preferiu não entrar em polêmica com Yelena Isinbayeva, que o atacou na última sexta. Recém-eleita para a comissão de atletas do COI (Comitê Olímpico Internacional), a estrela do salto com vara reclamou da suspensão imposta à Rússia pelo escândalo de doping e atacou o dirigente de maneira direta. Em uma coletiva de imprensa, o cartola evitou o atrito.

“Nós sempre seremos julgados, não só nas decisões que levaram a esses jogos. Eu sempre por que tomamos essa decisão e sei por que outras organizações nos deixaram fazer isso. Eu escrevi uma carta a ela que vou entregar quando puder. É democrático que todo mundo se manifeste”, disse Coe.

A fala de Isinbayeva basicamente colocou toda a disputa do atletismo em suspeição. Segundo a russa, as medalhas ganhas no Rio de Janeiro valeriam “menos” por conta da ausência de seu país, suspenso por conta do escândalo de doping governamental que foi desvendado nos últimos meses.

Reclama de Engenhão vazio, mas elogia o Brasil

O Engenhão bastante vazio ao longo da última semana não agradou o principal cartola do atletismo. Presidente da Iaaf (Federaçãoa Internacional de Atletismo), o inglês Sebastian Coe lamentou que o baixo público que o esporte recebeu no Rio de Janeiro, apontou a discussão com as TVs como uma das fontes dos problemas e falou sobre a necessidade de um plano de venda de ingressos.

“É uma complicada matrix que temos de lidar”, definiu Coe, para depois explicar melhor a expressão. “O comitê organizador e as TVs disseram que ia ser um desafio ter público se não movêssemos algumas finais. Não é uma decisão simples. Tivemos alguns dias de estádio cheios e algumas boas manhãs. É claro que sempre quero ver estádios cheios, vamos ver como podemos trabalhar no futuro, ficando mais perto de comitês organizadores em termos de marketing e venda de ingressos”, completou o ex-fundista inglês.

Segundo Coe, a baixa presença nas arquibancadas foi de alguma forma compensada pela audiência que o atletismo teve ao redor do planeta. “Tivemos um excelente público digital e isso mostra que as pessoas se interessam por nosso campeonato. Queria e sempre quero ver estádios cheios, mas isso não muda a maneira como nosso campeonato foi absorvido”, disse o dirigente, que também foi instado a avaliar a organização da Rio-2016.

“A organização foi boa, eles tiveram desafios muito profundos que eu não via desde os Jogos de 1976. Uma situação econômica complicada e uma situação política frágil. Quando o Brasil foi eleito sede dos Jogos tinha uma das melhores economias do mundo e hoje já não é assim. Eu daria uma nota alta”, completou.

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