Baladas e celebridades

Atletas vão com a medalha no peito e "abrem as portas" das baladas do Rio

Luiza Oliveira*

Do UOL, no Rio de Janeiro

Os Jogos Olímpicos vão chegando ao fim. Lá se vão duas semanas de disputas intensas, suor, lágrimas e glórias. Agora, os atletas começam a desligar os motores e a arrumar suas malas para voltar para casa. Mas não sem antes curtir um pouco o Rio de Janeiro. Afinal, nunca se sabe quando estarão de volta. Por isso, eles fazem turismo e vão para balada como pessoas comuns. Mas os medalhistas têm suas regalias.

As casas dos países viraram os lugares preferidos dos atletas para curtir a noite. A balada rola solta. E quem tem medalha se dá muito bem com direito a "passe livre". Os coroados com o bronze, prata ou ouro nos Jogos não precisam pegar fila para entrar e têm lugar garantido na casa, mesmo se estiver com lotação máxima. Em muitas delas, eles têm uma área VIP só para eles.

Os espaços são muito usados na comemoração de quem subiu no pódio. É comum ver os ganhadores circulando com o prêmio no pescoço e, de quebra, eles tiram onda. Os pedidos de fotos são frequentes e o assédio feminino é sempre maior.

Mas quem voltará com as mãos abanando também não se dá mal. Os esportistas são bem-vindos em todas as casas e basta ter uma credencial de atleta para ir para a festa sem precisar pagar entrada.

As casas da Áustria, Jamaica e França têm sido as mais requisitadas dos Jogos. Foi na residência francesa, por exemplo, que o nadador Ryan Lochte e seus três colegas curtiram a noite até altas da madrugada antes da confusão no posto de gasolina.

Fora das casas, as baladas de pontos turísticos da cidade como Copacabana e Lapa também são bem procuradas. O atleta norte-americano Hans Struzyna, que competiu no remo, tentou conciliar sua rotina de treinos e competições com algumas saídas para conhecer a noite carioca.

“Nós vamos para as baladas de Copacabana, curtimos como qualquer pessoa. E depois dormimos muito para recuperar. A cidade tem uma hospitalidade muito boa”, diz ele, que tem até táticas para se prevenir da violência na cidade. “Eu me preocupo como me preocuparia em qualquer grande cidade. Procuro ser cuidadoso, prestar atenção ao redor e nunca andamos sozinhos. Estamos sempre em dez caras”, diz ele.

Mas a noite não é o único atrativo no Rio para os atletas que estão terminando suas competições. Muitos deles se interessam pelo o que um passeio diurno pode oferecer, como praias e pontos turísticos. Dois deles são unanimidades: a praia de Copacabana e o Cristo Redentor.

A norte americana Sandi Morris, que competiu a final do salto com vara, está doida para comemorar sua participação nos Jogos neste domingo. E o melhor jeito é conhecendo a cidade. “Agora que estou livre quero ver o Cristo Redentor. A minha família está aqui e eles estão passeando. Já foram lá e amaram. Agora vou poder ir com a minha irmã”, disse.

A distância da Vila Olímpica para a Zona Sul da cidade ainda é um empecilho para os atletas. São quase 45 km que separam a Vila do Cristo Redentor, trajeto que pode levar até 2 h dependendo do trânsito. Por isso, muitos atletas preferiram se poupar a encarar a aventura. Mas alguns tiveram a oportunidade de ir.

É o caso da jogadora de futebol Sofia Jakobsson, que conquistou a medalha de prata pela Suécia neste sábado. “A gente precisa descansar muito para pegar energia. Mas conseguimos ir à praia de Copacabana, ao Cristo Redentor. É muito linda a vista de lá. Tiramos várias fotos, agimos como qualquer turistas”, conta.

A atleta da marcha atlética Miranda Melville, dos Estados Unidos, já se programou para fazer o mesmo roteiro de seus colegas olímpicos. Afinal, também não é de ferro. “Depois da competição, quero ir na casa dos Estados Unidos e na casa de alguns patrocinadores. E com certeza vou no Cristo e no Pão de Açúcar. Dizem que a vista é maravilhosa. Estou ansiosa”.

*Colaborou Alkaparra Produções

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