! Vadão diz que seleção perdeu no psicológico, mas comemora apoio popular - 19/08/2016 - UOL Olimpíadas

Futebol

Vadão diz que seleção perdeu no psicológico, mas comemora apoio popular

Danilo Lavieri

Do UOL, em São Paulo

Vadão se encantou com o apoio dado à seleção feminina. Apesar da derrota para o Canadá na disputa de bronze, o técnico do time brasileiro elogiou a presença do público em todos os estádios, especialmente na partida desta sexta-feira (19), em São Paulo, na Arena Corinthians.

De acordo com ele, um dos fatores mais difíceis de se enfrentar foi o abalo psicológico do time após cair na semifinal diante da Suécia. Além disso, o time vinha de duas prorrogações consecutivas.

“O jogo foi muito difícil, como sabíamos. Vínhamos de uma forte carga emocional da desclassificação, de duas prorrogações, o Canadá não tinha feito nenhuma. Sabemos que fisicamente eles têm um time muito forte. O jogo foi equilibradíssimo, sofremos o gol em um momento equilibrado.

Tomamos o segundo logo no início do segundo tempo, reagimos, mudamos algumas coisas, a torcida empurrando o time. Tentamos o empate de todas as formas. Tínhamos mais uma substituição, a Fabiana tinha sentido a coxa. O Canadá foi muito eficiente nas duas jogadas que tiveram, acabou sendo merecedor”, analisou o comandante.

Assim como fez durante toda a competição, Vadão clamou pela continuidade no apoio na esfera privada. Ele elogiou a atitude da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) de criar uma seleção permanente para dar emprego às jogadoras que não têm onde jogar, mas disse que isso precisa se estender.

Para ele, o primeiro passo foi dado pela própria torcida, que não deixou de apoiar as mulheres em nenhum momento, nem mesmo após o apito final e a derrota consumada para o Canadá.

“Eu fiquei assustado, falei para as meninas na preleção. Tivemos uma conversa longa. Fiquei impressionado porque, embora não tivéssemos conquistado a famosa medalha de ouro, tínhamos conquistado o coração do povo brasileiro, homens e mulheres. Foi um ponto importantíssimo que aconteceu nessa Olimpíada. Hoje tínhamos o estádio lotado, mesmo disputando o bronze. A impressão é que o brasileiro vai enxergar o futebol feminino de outra forma. Às vezes você condições de equipe que não treinam bem, não se alimentam bem, porque não tem condições. Você vê um jogo chocho, mais lento, sem cadencia. E de repente você assiste uma Olimpíada com intensidade de Alemanha, Canadá, todas as seleções, e o Brasil jogando no mesmo nível. Deve passar a ser encarado com maior seriedade e outro respeito”.

“Temos de ter um plano de governo, para que se desenvolva a modalidade, nas prefeituras, se possível nas escolas, e os clubes abraçarem. Foi provado que, com condições de trabalho, somos capazes de mostrar um bom futebol, excelente nível físico”.

Medo de futuro se repete entre as atletas

As atletas repetiram os pedidos de seu técnico por mais apoio à modalidade. Bárbara, por exemplo, disse que pretende até continuar na seleção permanente de futebol caso a CBF opte por manter esse projeto.

“As coisas estão melhorando, agora até temos uma seleção permanente. Eu abri mão de clubes para ficar na seleção e faria isso de novo se tudo continuar. Apoiar a gente é essencial. Eu acho que ficou provado que se a gente tiver apoio a gente vai longe”, afirmou a goleira.

Formiga, que confirmou a sua aposentadoria, é outra que adotou o mesmo discurso.

“Como eu já disse, vou parar de jogar e penso em procurar alguns cursos para virar técnica. Mas é importante ver o país apoiar. Espero que assim continue porque a gente desperdiça muito talento sem dar lugar para elas jogarem”, afirmou a veterana.

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