Maratona? Para Isaquias, Rio-2016 é menos exigentes do que os treinos
Desde a última segunda-feira (15), o brasileiro Isaquias Queiroz ainda não teve um dia de descanso na Rio-2016. Entre eliminatórias, semifinais e finais de três provas, o canoísta acumulou seis corridas e duas medalhas (uma prata e um bronze) em cinco dias. Cansativo? Para ele, isso não é nada em comparação com as maratonas de treinamentos impostas pelo técnico espanhol Jesús Morlán, que trabalha com a equipe brasileira de canoagem desde 2013.
“A Olimpíada está num cronograma muito bom para eu remar as três provas. Treinei bastante, e aqui não está nem sendo comparado aos treinamentos do Jesús em Lagoa Santa. Lá eu chegava no sábado acabado”, contou o brasileiro, que ao lado de Erlon Silva se classificou para a final da C2-1000 m nesta sexta-feira.
Morlán, que já acumulou sete medalhas olímpicas como treinador, foi contratado pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) e exigiu carta branca para trabalhar com a canoagem nacional. Uma das primeiras medidas do treinador foi mapear o país até achar Lagoa Santa, município de Minas Gerais que reunia as condições ambientais desejadas por ele e poucas tentações fora da água.
Em Lagoa Santa, Morlán impôs um regime de treinos que é bem diferente do que os brasileiros praticavam. A seleção passou a trabalhar em ciclos ininterruptos de oito semanas – eles têm sete dias de folga depois de cada um desses períodos. Além disso, o treinador reprimiu piadas e criou um padrão bem mais exigente de comportamento nas atividades cotidianas.
Também foi Morlán um dos responsáveis pelo programa extenso de Isaquias na Rio-2016. O canoísta já ganhou duas medalhas (prata no C1-1000m e bronze no C1-200m) e pode fechar os Jogos Olímpicos como o primeiro representante nacional a acumular três pódios em uma edição. A final da C2- 1000 m será realizada às 9h22 (de Brasilia) deste sábado.
“Não estou cansado. A Olimpíada está num cronograma muito bom para eu remar as três provas”, disse Isaquias.