Doda e Pedro Veniss não se recuperam e se despedem do hipismo sem medalha
Mauricio StycerDo UOL, no Rio de Janeiro
O Brasil se despediu do hipismo da Rio-2016 sem nenhuma medalha nesta sexta-feira (19). Entrando na volta final do salto individual já com chances pequenas, os cavaleiros Doda de Miranda e Pedro Veniss não conseguiram compensar o prejuízo da prova da manhã e acabaram fora do pódio.
Ambos os cavaleiros tinham classificado à final após somar quatro pontos de penalidade na primeira volta, portanto precisando zerar o percurso e torcer para a má sorte da concorrência para ter alguma chance. O conjunto formado por Pedro Veniss e Quintol ficou a meio segundo de zerar o percurso, mas tomou um ponto de penalidade por estourar o tempo de 68 segundos.
A regra entre os primeiros conjuntos foi uma grande quantidade de erros. Alguns cavalos sentiram o cansaço da primeira volta, e teve quem cometesse até 17 pontos de penalidade. Doda de Miranda quebrou a tendência zerando o percurso montando Cornetto K. Em bom ritmo de galope, o conjunto foi bem e não adicionou mais nenhum aos quatro pontos de penalidade sofridos da primeira volta, mantendo as pequenas chances de medalha.
Ao finalizar o percurso, Doda trocou a rédea pela calculadora. Quinze conjuntos saíram da primeira volta com melhor resultado que o brasileiro e tirariam dele a chance de pódio se mantivessem o desempenho. Foi o que aconteceu quando o holandês Jeroen Dubbeldam montou Zenith e se tornou o terceiro cavaleiro a ultrapassar Doda, tirando do brasileiro qualquer possibilidade de pódio.
Doda e Cornetto K terminaram na nona posição, empatados com outros seis conjuntos. Pedro Veniss e Quabri de L’isle ficaram na 16ª posição, empatado com outros dois conjuntos. Após o desempate entre seis concorrentes, o ouro ficou com o britânico Nick Shelton (montando Big Star); a prata foi do sueco Peder Fredricson (montando All In); e o bronze foi do canadense Eric Lamaze (montando Fine Lady 5).
Doda questiona primeira volta
A grande quantidade de conjuntos que avançaram sem nenhuma falta incomodou Doda de Miranda. "Seis cavaleiros com duplo zero é uma coisa um pouco atípica. Foi feito um bom trabalho, mas talvez o primeiro circuito tenha ficado um pouco mais suave, talvez o tempo devesse ser mais apertado", opina o cavaleiro, que aos 43 anos ainda não quer saber de aposentadoria.
“É continuar trabalhando duro e já mirar na próxima Olimpíada, não descansar enquanto não conseguir sair com uma medalha de ouro no peito. Tenho a felicidade de praticar um esporte que se pode fazer até muito tarde. O caminho é se cuidar, com saúde, e encontrar cavalos com inteligência, mais jovens", aponta.
Veniss sai insatisfeito
“As distâncias estavam curtas e meu cavalo é grande. Acabei optando por fazer as distâncias corretas, mas talvez deveria ter tirado algumas linhas para não estourar (o tempo)”, admite Pedro Veniss ao SporTV. Ele sai da Rio-2016 insatisfeito com o próprio desempenho. “Meu cavalo saltou de forma fantástica, mas acho que eu poderia ter montado um pouco melhor”, reconhece.