Thiago Pereira diz que Lotche terá desrespeitado Brasil se inventou assalto

Leandro Carneiro
do UOL, no Rio de Janeiro
Dominic Ebenbichler/Reuters
Thiago Pereira fica apenas em sétimo lugar nos 200m medley

Thiago Pereira não quis saber de polêmicas em relação aos nadadores dos Estados Unidos envolvidos em um suposto assalto durante os Jogos Olímpicos. Nesta quinta-feira, o nadador brasileiro falou que é preciso apurar o que realmente aconteceu e se de fato for uma brincadeira dos americanos, isso terá sido uma falta de respeito.

"Assisto às coisas, realmente não sei o que aconteceu. Recebo as notícias, recebi essa nova, vou subir e vou fuçar. Se realmente isso não foi verdade, é triste denegrir imagem do Rio, dentro de Olimpíada, dentro do país. Sabe, não é mentira para a gente, que sabe o quanto foi difícil organizar esses Jogos, o quanto Brasil penou. A situação política não é fácil. A economia está tensa. Deu raça para fazer os melhores, receber melhor possível. Se isso não passar de brincadeira, faltou um pouco de respeito com os brasileiros, com a cidade do Rio", disse Thiago.

"Foi um susto, a mesma história que foi contada é a que eu sei. Até porque não consegui falar com Ryan. Ele foi embora para os Estados Unidos, não respondeu mais mensagem", completou.

Thiago admite que foi a uma festa com os americanos antes do suposto assalto acontecer, mas, segundo o brasileiro, ele foi embora com Gabriela Pauletti, sua mulher.

“Me ligaram, falaram que estava junto, eu não estava, fui para o hotel com a Gabi. Me preocupei, está louco, busquei carro para os caras, carro blindado. Dá preocupação em todo mundo, se realmente não foi verdade, é triste. Uma coisa que sempre falo, recorde, medalha, vai e vem. Alguém vai passar, recorde é para ser batido. Respeito é o que precisa estar em primeiro lugar”, afirmou.

Na madrugada do último domingo (14), Ryan Lochte, Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy Feigen alegaram terem sido vítimas de um roubo em uma falsa blitz policial.
 
A polícia brasileira começou a desconfiar da história depois de perceber diferença nos depoimentos dos nadadores. Na versão de Lochte, eles estavam voltando para a Vila Olímpica após passarem a noite em uma festa na casa de hospitalidade do time olímpico da França. Neste momento, o táxi teria sido parado por apenas um assaltante, se passando por policial, que teria lhe apontado a arma na cabeça. Lochte disse que teve 400 dólares roubados. Já Feigen contou à polícia que eles foram abordados por alguns elementos, sem saber quantos, e que apenas um deles portava arma de fogo.
 
A polícia, então, não queria que os americanos deixassem o país até que o caso fosse resolvido, pois gostariam que o caso fosse melhor explicado no intuito de prender os eventuais autores do crime. 
 
Após indícios de que os nadadores poderiam ter mentido em seu depoimento, o que já se trata de comunicação falsa de crime, com pena prevista de um a seis meses de detenção e multa, a polícia evitou as saídade de Bentz e Conger do país - tiveram seus passaportes apreendidos -, mas Lotche já havia voltado aos Estados Unidos.