Polícia: Lochte mentiu e é suspeito de inventar assalto para salvar namoro
Hanrrikson de AndradeDo UOL, no Rio de Janeiro
Os nadadores americanos Ryan Lochte e James Feigen mentiram para a Polícia Civil do Rio quando disseram que haviam sido vítimas de um assalto, no domingo (14). Essa é a versão apresentada pelos também nadadores Gunnar Bentz e Jack Conger, que estavam presentes na cena do suposto crime. Em depoimento à Deat (Delegacia Especial de Atendimento ao Turista), os atletas confirmaram que, na verdade, o grupo se envolveu em uma confusão em um posto de gasolina, após sair de uma festa. A narrativa fantasiosa, de acordo com a polícia, foi articulada por Lochte.
A farsa começou a ser desvendada depois que um taxista procurou a Deat para afirmar que, no domingo, havia transportado duas jovens que estavam na mesma festa. Em depoimento, o motorista disse ter escutado das passageiras o relato de que elas haviam "ficado" com os atletas. A partir daí, os investigadores começaram a duvidar da versão dos americanos. A hipótese mais factível, segundo o inquérito, é que Lochte tenha sugerido mentir, com conivência de James, para salvar o relacionamento com a namorada.
"A investigação deve ser concluída em breve. Há indícios fortes de que pelo menos um deles tenha praticado uma conduta que se adequa ao crime de falsa comunicação. Mas indícios fortes não são um indiciamento formal. Falta concluir o inquérito. A polícia não pode dar passos em falso", considerou o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso.
Além disso, Bentz e Conger também teriam demonstrado preocupação quanto a possíveis sanções do COI (Comitê Olímpico Internacional) e eventuais prejuízos de imagem. Além do depoimento do taxista e dos dois nadadores, já anexados ao inquérito, a polícia conta com a versão de James -- o primeiro a mentir -- e o resultado da perícia no posto de gasolina para concluir a investigação. James presta depoimento na noite desta quinta.
Após o depoimento, Bentz e Conger foram liberados para retornar nesta noite aos Estados Unidos. Por sua vez, James Feigen presta ainda esclarecimentos à Justiça e aguarda uma decisão.
"Eles (Bentz e Conger) confirmaram a hipótese que a polícia já vinha levantando e foram liberados. Há necessidade da manutenção deles no Brasil? Pela polícia, não há", disse Veloso, em entrevista coletiva.